Aprende capta US$ 22 milhões e faz parceria com a Univision

Empresa com sede em Miami, que já recebeu aporte de US$ 27 milhões, é a plataforma de ensino online que mais cresce na América Latina

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Miami — O Instituto Aprende, uma startup online de ensino e requalificação voltada para os mercados de língua espanhola na América Latina e nos EUA, anunciou a conclusão de sua rodada de investimentos de US$ 22 milhões da Série A-II. Isso eleva o financiamento total até o momento da startup para US$ 27 milhões.

Martin Claure, originalmente da Bolívia, é um empreendedor em série e fundador e CEO da empresa. Ele mora em Miami, e a empresa lançou operações em 2019 no México, na Argentina e na Colômbia. Claure também é irmão do CEO do SoftBank International Group, Marcelo Claure, e Marcelo é um investidor da empresa.

A rodada foi liderada pelo Grupo Valor Capital com a participação da Univision, ECMC Group, Endeavor Catalyst, Capria e The Yard Ventures. Os investidores anteriores, Asimismo, Reach Capital, Matterscale, Angel Ventures, Claure Group e Salkantay Ventures reafirmaram seu apoio com investimentos subsequentes.

Além de anunciar o financiamento, a empresa também divulgou a sua parceria com a Univision. Com a nova parceria, as duas empresas estarão lançando um canal no app de streaming da Univision com aulas da Aprende. A Aprende espera que esta parceria também abra um novo canal de captação de clientes para a empresa, porque a publicidade no Facebook se tornou menos eficiente e mais cara, disse Claure.

“O Facebook não tem sido tão eficiente porque o jogo está muito disputado lá, então o CAC (custo de aquisição de clientes) tornou-se muito alto”, disse ele.

A Aprende oferece uma variedade de certificações e cursos online em cinco escolas, incluindo artes culinárias, negócios e empreendedorismo, habilidades comerciais, beleza e moda e bem-estar. Desde como abrir o seu negócio de sobremesas até como aplicar unhas de acrílico - está tudo lá.

Você aprende a habilidade, mas aí chega na parte de como entendo meu custo? Como entendo meu cliente?

Martin Claure

A Aprende tem como público-alvo aqueles que não podem pagar por - ou não desejam cursar - uma formação de quatro anos, mas que querem mudar de carreira e aumentar seu potencial de ganhos. Muitas dessas pessoas não têm tempo ou recursos para ir a uma aula presencial na cidade. Com o Aprende, as pessoas podem entrar em aulas ao vivo ou aprender em seu próprio ritmo - ou ambos. Se tiverem dúvidas após a aula, podem conversar com o instrutor.


Ultimamente a empresa tem concentrado seus esforços - e seus dólares - na expansão da escola de empreendedorismo, porque não basta ensinar alguém a ser um faz-tudo, se não sabe como fazer o negócio crescer.

“Você adquire a habilidade difícil, mas então é como eu entendo meu custo, como eu entendo meu cliente?” provoca Claure .

Na visão de Claure, a Aprende oferece uma carreira alternativa para não ter que recorrer a ser motorista de Uber ou se tornar um entregador.

“Você não precisa ser entregador ou dirigir para os outros, você pode monetizar sua paixão”, disse ele.

De acordo com a Bain and Company, “a produção econômica total dos latinos residentes nos Estados Unidos foi de US$ 2,7 trilhões, em 2019, tornando os latinos dos EUA o equivalente à sétima maior economia do mundo”. Além disso, “eles foram responsáveis por aproximadamente 50% do crescimento líquido das novas pequenas empresas na última década (2007–2017)”, informou o relatório. Entre o mercado latino dos EUA e o da América Latina, a Aprende vai ter muito trabalho pela frente.

A empresa planeja usar o dinheiro para fazer algumas contratações importantes, destacar o crescimento e desenvolver ainda mais seus programas.

Hoje, a Aprende tem mais de 30.000 usuários, que são estudantes ativos, e mais de 200 funcionários. Claure diz que desde dezembro de 2020 - quando escrevi pela última vez sobre a Aprende - as receitas da empresa duplicaram.

Disclousure: Eu conheci Claure antes do início da Aprende, pois fundei uma startup edtech em Miami e Claure estudou comprar a empresa, que teria servido de base para o que é hoje a Aprende. O negócio não deu certo.

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