Bloomberg Línea — A expansão dos bancos digitais e aplicativos de investimentos no Brasil tem chamado atenção. Com um impulso da pandemia, que levou as pessoas a buscarem cada vez mais por serviços 100% digitais - principalmente com o coro dos millennials e gen Z, que reforçam a atração por produtos nativos na internet -, os números são música para os ouvidos de quem só quer resolver suas pendências pelo celular.
De olho nesse mercado, o Itaú lançou a plataforma de investimentos digital Íon, que além de oferecer aplicações financeiras de diferentes instituições e perfis de risco, também tem um agregador de extratos que centraliza informações de um cliente, ainda que possua contas em bancos diferentes, em um único aplicativo. A plataforma também traz informações sobre o mercado financeiro e permite que o usuário faça investimentos direto do celular. O Íon oferece mais de 1.500 produtos tanto do Itaú quanto de outras casas e gestores.
O Íon se adiantou ao Open Banking ou sistema financeiro aberto oferecendo a ferramenta de consolidação de extrato. Conforme o Banco Central, o novo sistema dá a possibilidade de clientes de produtos e serviços financeiros permitirem o compartilhamento de suas informações entre diferentes instituições e a movimentação de suas contas bancárias a partir de diferentes plataformas e não apenas pelo aplicativo ou site do banco.
A autoridade brasileira iniciou o processo de abertura do Open Banking, que será feito em quatro fases, em fevereiro deste ano. A fase atual, a segunda, já permite o compartilhamento de dados cadastrais e transacionais sobre serviços bancários tradicionais. Mas ainda há limitações para a quantidade de autorizações para o compartilhamento; o horário para compartilhamento e o tipo de informação. A terceira fase começa no próximo dia 29 de outubro e a quarta e última se inicia em 15 de dezembro.
O Itaú pretender alcançar 500 mil usuários no Íon até o fim do ano. A plataforma deve estar disponível para não correntistas do Itaú em 2022.
O Itaú tem demonstrado expansão também nos resultados. No segundo trimestre, o banco registrou lucro líquido recorrente de R$ 6,543 bilhões, alta de 55,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado veio pouco acima da previsão média de R$ 6,379 bilhões do consenso de analistas da Bloomberg.
Segundo o banco, o crescimento do lucro no período se deve ao impacto da retomada da economia em negócios como cartões, crédito consignado, financiamento imobiliário e da compra de veículos, que já tinham aparecido no trimestre anterior. O lucro contábil, que inclui itens não recorrentes, somou R$ 7,56 bilhões - alta de 120,8% em relação ao mesmo período de 2020.