Juros disparam com inflação, enquanto Ibovespa recua com exterior

Bolsa cai seguindo cautela externa com ameaça de calote da gigante chinesa Evergrande; dólar sobe com maior aversão ao risco

Mercados caem com exterior e inflação
24 de Setembro, 2021 | 11:04 AM

São Paulo — A curva de juros brasileira subia nesta sexta-feira (24) reagindo à disparada da inflação em setembro, como divulgada pelo IPCA-15 nesta manhã. Segundo o IBGE, a prévia do principal indicador de preços do país teve uma alta de 1,14%, a maior desde o início do Plano Real, em 1994.

  • Perto das 10h45, o contrato DI para janeiro de 2025 subia dez pontos-base, para 10,080%, enquanto o contrato para janeiro próximo, ou seja, no início do próximo ano, operava em 7,135%
  • Lembrando que o Banco Central subiu a taxa básica de juros Selic para 6,25% nesta última quarta-feira (22), prometendo mais um corte da mesma magnitude em outubro
  • O IPCA-15 teve alta mensal de 1,14% em setembro, o maior avanço desde o início do Plano Real, em 1994, puxada pelos preços da energia elétrica e da gasolina

Para Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, a alta surpreendeu o mercado, com destaque para o avanço do Aluguel Residencial, que aumentou 1%, o dobro da estimativa da casa.

Bolsa e dólar

Enquanto isso, o índice Ibovespa e o dólar acompanhavam a maior cautela do exterior, com receios pelo possível da calote da chinesa Evergrande e um consequente efeito em cascata no setor financeiro da China.

  • Ontem, o grupo chinês não pagou os US$ 83,5 milhões devidos aos titulares de bônus denominados em dólar
  • Com isso, as bolsas europeias caíam, enquanto as americanas operavam mistas, com queda de 0,38% na Nasdaq
  • Por aqui, o Ibovespa recuava 0,89%, a 112.973 pontos, enquanto o dólar subia 0,58% a R$ 5,3336
  • Itaú (ITUB4), Vale (VALE3), Usiminas (USIM5) e Embraer (EMBR3) eram destaque de queda

Já no mercado de criptomoedas, o bitcoin recuava 5,03%, a US$ 41.822, após o banco central da China anunciar que todas as transações com criptomoedas são ilegais e devem ser proibidas, o sinal mais claro até agora de sua determinação em reprimir o setor.

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Ana Siedschlag

Editora na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero e especializada em finanças e investimentos. Passou pelas redações da Forbes Brasil, Bloomberg Brasil e Investing.com.