Prejuízo do AgroGalaxy cresce 13,8% no segundo trimestre e vai a R$ 40,5 milhões

Rápido crescimento e efeito sazonal da atividade influenciam no resultado trimestral, mas empresa apresenta melhora operacional e lucro de R$ 78 milhões no acumulado de 12 meses

Empresa registrou aumento do prejuízo no segundo trimestre do ano, resultado do crescimento dos negócios e do período de vendas sazonais menores
16 de Agosto, 2021 | 07:09 PM

São Paulo — Menos de um mês após a estreia na B3, o AgroGalaxy reportou hoje que terminou o segundo trimestre do ano no vermelho. A empresa registrou um prejuízo de R$ 40,5 milhões, 13,8% maior que o reportado no mesmo período do ano passado, quando seu prejuízo foi de R$ 35,6 milhões.

Apesar de terminar o segundo ciclo do ano no negativo, operacionalmente os resultados foram melhores. O Ebitda Ajustado no segundo trimestre foi de R$ 2,5 milhões, ante um resultado operacional negativo de R$ 18,7 milhões no mesmo período de 2020.

“Historicamente, os dois primeiros trimestres do ano são de Ebitda negativo pelas características da atividade. Temos uma base de despesas grandes nos dois primeiros trimestres, período que concentra apenas 25% de nossas receita”, afirma Maurício Puliti, CFO e diretor de relações com investidores do AgroGalaxy. Ele lembra que, nos 12 meses encerrados em junho, a empresa acumula um lucro líquido de R$ 78,1 milhões, 81% acima do mesmo período do ano anterior.

Negócios digitais

No segundo trimestre do ano, o AgroGalaxy registrou um faturamento de R$ 1,01 bilhão, 25,3% a mais do que no mesmo período do ano passado. Parte dessa receita foi proveniente de vendas digitais. Desde outubro do ano passado, quando o canal entrou em operação, mais de R$ 1 bilhão e vendas partiram do meio eletrônico.

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“Não podemos dizer ainda que é um e-commerce, pois não é possível finalizar o pedido pelo canal digital, mas chegaremos lá. Vamos investir mais de R$ 20 milhões nesse segmento nos próximos meses para que o pedido seja finalizado eletronicamente”, afirma Puliti.

Integração dos negócios

Os últimos seis meses foram intensos para o AgroGalaxy. O grupo concluiu as aquisições da Boa Vista, da participação remanescente na Sementes Campeã e assinou o contrato de compra e venda da Ferrari Zagatto, recentemente aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Quando concluída, a compra da Ferrari Zagatto adicionará 14 lojas e nove silos ao portfólio.

Pauta ESG

Em maio, o AgroGalaxy foi a primeira companhia do agronegócio brasileiro a ser certificada com o selo Women on Board (WOB), concedido às empresas que possuem pelo menos duas conselheiras em seus Conselhos de Administração. O AgroGalaxy conta com três mulheres em seu conselho, sendo duas delas membros independentes, desde dezembro do ano passado.

Alexandre Inacio

Jornalista brasileiro, com mais de 20 anos de carreira, editor da Bloomberg Línea. Com passagens pela Gazeta Mercantil, Broadcast (Agência Estado) e Valor Econômico, também atuou como chefe de comunicação de multinacionais, órgãos públicos e como consultor de inteligência de mercado de commodities.