Arábia Saudita recua sobre mudança no prazo de validade de frango congelado

Plano do país era reduzir ‘shelf life’ de 12 para apenas três meses; isso daria ao produto brasileiro menos de um mês de tempo de prateleira e praticamente inviabilizaria as exportações para o país

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São Paulo — As autoridades sanitárias da Arábia Saudita comunicaram hoje que não vão mais seguir com o plano de reduzir o prazo de validade do frango congelado importado. O país acolheu os argumentos dos exportadores e de operadores locais e decidiu por suspender a implementação da medida que determinava a adoção de um “shelf life” para o frango congelado de apenas três meses.

Em maio, os árabes comunicaram a Organização Mundial do Comércio (OMC) que queriam reduzir de um ano para apenas três meses a validade do produto que entra no mercado saudita. A medida atingiria diretamente os exportadores brasileiros, que têm na Arábia Saudita o segundo maior destino dos embarques.

Isso porque, com 45 dias entre a fabricação e o tempo de viagem, mais a chegada aos portos sauditas e o período de desembaraço do produto, restaria ao frango brasileiro menos de um mês de tempo de prateleira. Com tão pouco tempo de validade, nenhum importador teria mais interesse em adquirir o produto brasileiro.

“A acolhida da decisão restabelece os processos de nossas tratativas com o fundamental mercado da Arábia Saudita sob os critérios que norteiam o comércio internacional de alimentos. É uma notícia importante para os exportadores brasileiros, que têm uma sólida e longa relação com este mercado”, disse Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).