Índice de confiança do agronegócio volta a subir, após dois trimestres em queda

Indicador medido pela Fiesp e pela CropLife aponta que indústrias retomaram o entusiasmo com a recuperação da economia, após uma deterioração das perspectivas dos seis meses anteriores

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São Paulo — As indústrias do agronegócio voltaram a se animar com as perspectivas de retomada da economia no segundo trimestre do ano. É o que aponta o Índice de Confiança do Agronegócio (IC Agro), medido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pela CropLife Brasil, que voltou a subir após dois trimestres em queda e alcançou 119,9 pontos.

Segundo a metodologia do estudo, os resultados demonstram otimismo quando são superiores a 100 pontos e pessimismo quando ficam abaixo dessa marca.

“O recuo da taxa de câmbio no trimestre também melhorou a situação das empresas com custos em dólar, como é o caso de diversos segmentos de insumos agropecuários”, afirma Roberto Betancourt, diretor titular do Departamento do Agronegócio da Fiesp. Para ele, outro fator que teve influência foram as sucessivas revisões para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2021, que passaram de 3,17% no início de abril para 5,05% no fim de junho.

O índice geral é composto por três outros indicadores, um que mede a confiança do produtor rural, outro o sentimento dos fornecedores de insumos e reflete as indústrias que atuam “dentro da porteira” e um último que aponta apresenta as expectativas das empresas que trabalham “depois da porteira”, caso das tradings e indústrias processadoras de alimentos.

Índice Antes da Porteira

Foi o que apresentou o maior aumento entre os índices pesquisados. O indicador das indústrias de insumos chegou a 117,1 pontos, 9,2 pontos acima do registrado no trimestre anterior. “As vendas de insumos agrícolas aqueceram para a próxima temporada 2021/22 e, aqueles que puderam, fecharam o segundo trimestre deste ano antecipando compras em relação ao mesmo período dos anos anteriores. O objetivo foi amenizar o impacto das recentes altas nos preços de fertilizantes e defensivos”, afirma Christian Lohbauer, presidente executivo da Croplife Brasil.

Índice Depois da Porteira

O indicador subiu 7,2 ponto no segundo trimestre e chegou a 119,1 pontos. Mesmo que ainda em patamares elevados, os preços dos grãos apresentaram uma queda nos últimos meses e minimizaram a pressão sobre os custos das indústrias de alimentos, principalmente os frigoríficos. O aumento das exportações e a melhora nas perspectivas para a economia também atenuaram os temores das empresas.

Índice do Produtor Agropecuário

Único em queda no trimestre, o indicador recuou cinco pontos no período para 121,7 pontos, se mantendo ainda em um patamar bastante elevado. O clima continuou sendo o aspecto mais importante, citado por 56,1% dos entrevistados e mantendo a posição do trimestre anterior. O principal destaque, porém, foi o crescimento da alta incidência de pragas e doenças, que passou de 12,9% para 20,3% das citações.