BNDES vai leiloar créditos do antigo Banco Econômico em setembro

Banco público de fomento e FGC possuem créditos no valor de R$ 937,75 milhões, lance mínimo do leilão marcado para o próximo dia 10 de setembro

BNDES espera que leilão, em parceria com o FGC, permita recuperar valor importante de um crédito em processo de insolvência na sua carteira há mais de 25 anos
09 de Agosto, 2021 | 02:28 PM

São Paulo — O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) vão leiloar, no próximo dia 10 de setembro, seus créditos do antigo Banco Econômico, que entrou em processo de intervenção em agosto de 1995 e passou para liquidação judicial em 1996. O valor mínimo do leilão soma R$ 937,75 milhões, sendo R$ 487,91 milhões do BNDES e R$ 449,84 milhões do FGC. O edital com os detalhes da operação foi publicado nesta segunda-feira (9). Os investidores interessados devem se qualificar até o dia 8 de setembro.

“Com a operação, o BNDES e o FGC garantem a recuperação de créditos que estão em suas carteiras há 25 anos e sem perspectiva de recuperação antes de 2028. Como eles são reajustados pela Taxa Referencial (TR), zerada desde setembro de 2017, não sofrem correção desde agosto de 2017”, informou o BNDES, nesta segunda-feira.

Sem a venda, seria necessário aguardar o pagamento da massa liquidada do Banco Econômico a outros credores que possuem prioridade. A dívida com o Banco Central, principal credor, só vence em 2028, por exemplo. Os créditos devidos pelo Econômico somam R$ 14,88 bilhões, sendo que R$ 12,02 bilhões são relativos a credores com direito a receber antes do BNDES e do FGC. Os créditos das instituições são quirografários, e por isso não possuem preferência na ordem de pagamento.

“O leilão, em parceria com o FGC, tem como objetivo possibilitar que o BNDES recupere valor importante de um crédito em processo de insolvência na nossa carteira há mais de 25 anos”, disse Bruno Laskowski, diretor de Participações, Mercado de Capitais e Crédito Indireto do Banco.

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“A iniciativa tem implicações estratégicas para a instituição, como consolidar a tecnologia financeira de monetização de carteiras de ativos problemáticos do nosso portfólio e, o que é mais significativo ainda, aplicar os recursos obtidos no fomento à atividade econômica no país”, afirmou.

Segundo o BNDES, a cessão de créditos inadimplentes é um instrumento bem difundido no mercado bancário brasileiro, já tendo sido adotada inclusive por instituições públicas federais. “O mercado conta com diversas empresas especializadas na compra desses títulos e posterior recuperação do crédito. A venda por meio de leilão garante mais transparência ao processo e amplia a capacidade de geração de receita, ao permitir que diversos agentes de mercado possam competir pela carteira. Nesta operação, o comprador deverá efetuar o pagamento à vista ao BNDES e ao FGC”, informou o banco público de fomento.

Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 25 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.