Aéreas veem razões para otimismo em voos de longa distância

Deutsche Lufthansa prevê recuperação em linha com o relaxamento das restrições relacionadas à Covid-19 e crescente vacinação

Viagens aéreas internacionais na China, Alemanha, Índia, Reino Unido, Estados Unidos e Emirados Árabes
Por Christopher Jasper - Charlotte Ryan e William Wilkes
05 de Agosto, 2021 | 12:53 PM

Bloomberg — Após 18 meses de um cenário sombrio para voos de longa distância, companhias aéreas finalmente adotam um tom mais otimista sobre alguns dos mercados de viagens mais lucrativos do mundo.

A reabertura parcial das principais rotas através do Atlântico Norte e centros de transferência vitais no Oriente Médio leva a previsões de que as viagens intercontinentais estão a caminho de se recuperar do colapso causado pela pandemia de coronavírus.

A Deutsche Lufthansa prevê recuperação em linha com o relaxamento das restrições relacionadas à Covid-19 e crescente vacinação. Na quinta-feira, a operadora alemã disse que a América do Norte pode abrir a partir do final do verão no hemisfério norte, com a Ásia em seguida no fim do ano. Em teleconferência após os resultados do segundo trimestre, o CEO Carsten Spohr disse que está animado pelos altos níveis de interesse onde as viagens são permitidas.

“Enquanto aguardamos a reabertura do transatlântico para europeus, o ponto de venda dos EUA mostra uma demanda muito alta, levando à recuperação de nosso negócio de longa distância”, disse Spohr. Ele citou a aceleração visível das rotas para a África e Américas Central e do Sul, bem como o avanço no combate à pandemia na Ásia. “Nossas negociações bilaterais com governos estão indo bem, até a Índia está indo bem.”

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Índia e Emirados Árabes Unidos

Em um sinal positivo para as viagens de longa distância, o Reino Unido anunciou na quarta-feira uma nova flexibilização das restrições em suas fronteiras. Índia, Emirados Árabes Unidos e Catar passaram de alto risco para médio risco, o que significa que visitantes não precisarão mais fazer quarentena em hotéis.

A Índia, com profundos laços com o Reino Unido, é um importante mercado para voos internacionais, enquanto territórios do Golfo são sede de grandes operadoras, como da Emirates, de Dubai, a maior companhia aérea de longo curso do mundo antes do surto de coronavírus.

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A Emirates disse que o interesse em viagens aumentou de um dia para o outro, enquanto a rival Qatar Airways espera uma onda de reservas nos próximos dias.

Embora as aéreas concordem que as tendências vão na direção certa, o ritmo da recuperação ainda não está claro. Em contraste com a Lufthansa e a Air France-KLM, a IAG, dona da British Airways, disse que está limitando a capacidade, enquanto a Rolls-Royce, cujos motores estão instalados em aviões de longo curso, afirmou na sexta-feira que a meta de fluxo de caixa para 2022 pode ser adiada, já que as horas de voo não têm se recuperado rápido o suficiente.

Variante delta

Novas variantes do coronavírus e mudanças constantes das regras por governos que tentam frear a Covid-19 são o maior obstáculo. O vaivém confunde passageiros, às vezes interrompendo viagens ou deixando-os em busca de reembolsos por voos cancelados.

A China, por exemplo, impôs novas restrições na tentativa de controlar um surto impulsionado pela cepa delta que já soma mais de 500 casos em metade do país. Na China, como em muitos países asiáticos, o governo recorreu a um manual de controle rigoroso.

No entanto, há evidências de que governos começam a se unir para permitir a entrada de pessoas com imunização completa.

A União Europeia conseguiu acelerar rapidamente o volume de viagens durante o verão com um sistema de passaporte de vacina combinado com campanhas de imunização cada vez mais rápidas. A França se prepara para estender o requisito a todas as viagens aéreas e por trem de alta velocidade. Na semana passada, a Air France-KLM disse que o comércio transatlântico aumentou, com taxas de ocupação em torno de 60%.

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