Itaú amplia lucro com retomada da economia e provisões de crédito menores

Cartões, crédito consignado, financiamento imobiliário e de veículos tiveram forte crescimento no segundo trimestre

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São Paulo — Maior banco privado brasileiro, o Itaú Unibanco teve lucro líquido recorrente de R$ 6,5 bilhões no segundo trimestre, resultado 55,6% superior ao apurado no mesmo trimestre do ano passado, período marcado pelo forte aumento de provisões para risco de crédito com o início da pandemia. O resultado veio pouco acima da previsão média de R$ 6,379 bilhões do consenso de analistas da Bloomberg.

Segundo o Itaú, o crescimento do lucro no período se deve ao impacto da retomada da economia em negócios como cartões, crédito consignado, financiamento imobiliário e da compra de veículos, que já tinham aparecido no trimestre anterior. O lucro contábil, que inclui itens não recorrentes, somou R$ 7,56 bilhões - alta de 120,8% em relação ao mesmo período de 2020.

Com a melhora na economia, as despesas com provisão para crédito de liquidação duvidosa (PDD) - responsáveis por reduzir os ganhos dos bancos no ano passado - recuaram 36,1% na comparação com o mesmo trimestre de 2020, para R$ 4,8 bilhões. Já a inadimplência acima de 90 dias se manteve estável em 2,3%, mesmo patamar do primeiro trimestre de 2021 e abaixo dos 2,7% do mesmo período de 2020.

A chamada margem financeira gerencial, que inclui as operações de crédito, somaram no segundo trimestre R$ 18,792 bilhões - alta de 5,7% em relação ao mesmo período de 2020. A margem com clientes teve crescimento de 2%, enquanto a com o mercado (tesouraria) teve expansão de 52,3%.

As receitas com serviços e seguros, fortemente impactadas pelo aumento da concorrência, somaram R$ 11,331 bilhões - alta de 14,4% em relação ao segundo trimestre de 2020. Segundo o banco, isso se deve à maior atividade do mercado de capitais com ofertas de ações e dívida, além do crescimento de receitas com emissão de cartões, adquirência (maquininha) e taxa de performance na gestão de fundos de investimentos.

Força do crédito

A chamada carteira de crédito ajustada, que inclui garantias e títulos, somou R$ 909,06 bilhões em junho, volume 12% maior do que um ano antes. O destaque ficou para a carteira de micro, pequena e média empresas, com expansão anual de 23,5%, refletindo a melhor nos negócios desse segmento da economia.

Já o crédito para o consumidor pessoa física teve crescimento anual de 22,2%, 44,4% para crédito imobiliário e 32,3% para veículos, atestando a tese de melhora da confiança. Os empréstimos consignados tiveram expansão anual de 17,3% e pelo cartão de crédito, de 21,2%.

Digitalização

Na divulgação de resultados, o banco destaca que conquistou mais 4,7 milhões de clientes por meio dos canais digitais. Segundo o Itaú, o banco digital iti atingiu 7,8 milhões de clientes em junho, sendo 90% dos novos usuários não correntistas do banco.

“Os resultados alcançados neste trimestre refletem a nossa disciplina na execução da agenda de transformação do banco, com foco absoluto na experiência de nossos clientes, além da melhora na atividade econômica”, disse Milton Maluhy Filho, presidente do banco.