Banqueiros perdem férias com acordos globais em US$ 550 bilhões

Forte ritmo de fusões e aquisições globais não trouxe descanso para empresas e seus assessores nos meses de verão, tradicionalmente mais calmos em julho e agosto

Conselheiros se encaminham para a maior rodada de negócios de verão nos Estados Unidos
Por Fareed Sahloul e Myriam Balezou
02 de Agosto, 2021 | 01:14 PM

Bloomberg — Primeiro, não puderam aproveitar o Natal e, agora, banqueiros de investimento globais devem passar o verão mais movimentado de todos os tempos no hemisfério norte.

O forte ritmo de fusões e aquisições globais não trouxe descanso para empresas e seus assessores nos meses de verão, tradicionalmente mais calmos em julho e agosto.

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Quase US$ 550 bilhões em transações já foram anunciados desde o início de julho e uma série de acordos nas últimas 24 horas aponta para um recorde antes do fim de agosto, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Entre os acordos mais recentes está a compra da Afterpay, que oferece o serviço “compre agora, pague depois”, pela plataforma de pagamentos digitais Square, que desembolsou US$ 29 bilhões pelo ativo, sua maior aquisição até agora. Já a News Corp. fechou um acordo para adquirir a Oil Price Information Service por US$ 1,15 bilhão da S&P Global e IHS Markit.

“Liquidez em todas as classes de ativos, dívida, capital aberto e private equity, confiança dos conselhos de administração, valuations e ativismo, tudo isso está apoiando níveis muito elevados de atividade”, disse Guillermo Baygual, codiretor de fusões e aquisições para Europa, Oriente Médio e África (EMEA, na sigla em inglês) no JPMorgan Chase.

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“Isso continuará durante o verão e não prevemos uma mudança material do outro lado”, disse.

Na Europa, os números de verão já estão em uma máxima pós-crise, mostram os dados, com os volumes sendo impulsionados por acordos em vários setores.

“O mercado global de fusões e aquisições continua a superar os níveis anteriores à Covid à medida que as economias mundiais se recuperam, players estratégicos buscam oportunidades de consolidação e patrocinadores financeiros procuram colocar altos níveis de capital para funcionar”, disse Dwayne Lysaght, codiretor de fusões e aquisições para a região EMEA do JPMorgan.

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Embora tenham sido meses movimentados para acordos, surgem questões regulatórias nos EUA, onde a Aon desistiu no mês passado de uma aquisição de US$ 30 bilhões da corretora de seguros Willis Towers Watson depois da resistência do Departamento de Justiça. O presidente dos EUA, Joe Biden, aumentou a vigilância para a consolidação em vários setores, incluindo tecnologia, o que pode dificultar o caminho para grandes negócios.

Goldman Sachs, Morgan Stanley e JPMorgan são os três principais bancos para assessoria de acordos globais quando classificados por valor desde o início de julho, segundo dados da Bloomberg.

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