São Paulo — Com o fim do recesso parlamentar, o Congresso Nacional retoma, nesta semana, as articulações para votar a reforma tributária (PL 2337/21), um tema considerado essencial pelo mercado financeiro para destravar as perspectivas para os negócios no Brasil. O setor produtivo pressiona por uma redução da carga tributária no contexto dos efeitos negativos da pandemia da Covid-19 na atividade econômica e na renda do consumidor. Um dos símbolos dessa cobrança pública é o chamado Impostômetro, ferramenta da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) que contabiliza, em tempo real, quanto os brasileiros pagam de tributos no ano.
Neste domingo, o Impostômetro superou a marca de R$ 1,5 trilhão, valor que representa o pagamento de tributos federais, estaduais e municipais desde o primeiro dia do ano. No ano passado, esse patamar só foi ultrapassado no dia 28 de setembro.
No site do Impostômetro, é possível acompanhar a arrecadação tributária por estados, capitais e municípios, além de encontrar comparações do que o valor contabilizado seria capaz de adquirir, como cestas básicas, veículos, imóveis, ou o rendimento do valor na poupança, por exemplo. O painel do Impostômetro, com 1,85 m de altura por 4,3 m de largura, foi inaugurado na fachada da sede da ACSP, no centro histórico de São Paulo, em 2005.
Críticas
Na última quarta-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse, em entrevista à imprensa, que espera votar as reformas tributária e política (PEC 125/11) com a volta dos trabalhos após o recesso legislativo. O presidente da Câmara ainda afirmou que a agenda legislativa inclui a privatização dos serviços postais (PL 591/21) e a reforma administrativa (PEC 32/20), que segundo ele deve entrar na pauta do Plenário até novembro.
Segundo relato da Agência Câmara, Arthur Lira afirmou que a reforma tributária pode ser votada com “muita tranquilidade”, pois segundo ele o assunto já se encontra bem amadurecido entre os líderes partidários. “A Câmara, com muita tranquilidade, transparência e paciência, deixou o projeto por mais 15 dias do recesso para que sofresse críticas construtivas e recebesse propostas para melhorar o ambiente de negócios com um imposto mais justo”, disse.