São Paulo — A confirmação de um caso de peste suína africana na República Dominicana confirmado ontem pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) acendeu um sinal de alerta para produtores e para indústrias de processamento do Brasil. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) convocou em caráter emergencial o Grupo Especial de Prevenção à Peste Suína Africana (Gepesa) para discutir novas ações que podem ser tomadas pelo setor privado para dar suporte ao trabalho de defesa agropecuária do Ministério da Agricultura brasileiro.
“Imediatamente após a divulgação da notícia, estabelecemos contato com o Mapa e iniciamos tratativas para a composição de medidas preventivas em portos e aeroportos, além de granjas, que são os principais pontos de atenção. O trabalho segue evoluindo em linha com o que o ministério já tem executado com sucesso”, disse o presidente da ABPA, Ricardo Santim.
A maior preocupação do setor produtivo do Brasil, no momento, é com o reforço da exigência do cumprimento de quarentena para brasileiros e estrangeiros que atuam direta ou indiretamente no setor produtivo e que estejam retornando ao Brasil. O último caso de peste suína africana registrado no país ocorreu em 1984.
POR QUE ISSO É IMPORTANTE: Em 2018, a China detectou um caso da doença, que dizimou seu rebanho, levando à morte de 60% do plantel do país, considerado até então o maior produtor de carne suína do mundo. Ainda em 2021, a doença ainda não estava totalmente controlada, com pelo menos 11 casos tendo sido registrados oficialmente no país.
Maior mercado consumidor de carne suína do mundo, a disponibilidade do produto aos chineses caiu mais de 20% em 2019 por conta do surto do ano anterior, segundo estimativas do Rabobank. Com a menor disponibilidade de produto, o consumo per capita do país de 40 quilos em 2018 caiu para 32,6 quilos em 2019 e para 28 quilos no ano passado, atingindo o menor patamar desde 1997.