Fator medo pode determinar impacto de delta na economia dos EUA

Consenso no momento é que gastos, viagens e atividades de negócios serão afetados apenas na margem

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(Bloomberg) A rápida propagação da variante delta do coronavírus provocou volatilidade nos mercados financeiros esta semana, mas, por enquanto, economistas mantêm as previsões de uma recuperação historicamente forte dos Estados Unidos.

Fundamental para a relativa confiança: é improvável que autoridades voltem a impor restrições, e a maioria dos consumidores não deve mudar drasticamente os planos. Qualquer mudança nessa avaliação reverteria as apostas.

“A variante delta representa um risco crescente, mas provavelmente não a ponto de termos que fazer grandes mudanças negativas em nosso cenário”, disse Claudia Sahm, ex-funcionária do Federal Reserve que agora é pesquisadora sênior do Jain Family Institute. Por enquanto, o surto tem afetado principalmente os não vacinados, mas Sahm disse que, se continuar se espalhando, “vamos saber muito mais sobre o quanto disso afeta os vacinados e o quanto os assusta”, disse em entrevista.

Por enquanto, o consenso é que gastos, viagens e atividades de negócios serão afetados apenas na margem. Mesmo no final do ano passado, quando surtos de Covid-19 atingiram os EUA, a recuperação continuou rápida.

Projeções apontam crescimento de 6,6% do PIB dos EUA este ano, e as taxas de crescimento trimestrais devem superar com folga a média da última década em 2022, segundo pesquisas da Bloomberg com economistas.

Andrew Husby, da Bloomberg Economics, destaca três fatores que trazem certa confiança: o aumento dos casos de Covid-19 não foi seguido por uma alta de hospitalizações e mortes. Segundo, o maior impacto ocorreu em áreas de menor importância econômica, como alguns estados do sul dos EUA. Além disso, alguns dos grupos de maior risco são os menos propensos a mudar de comportamento.

Dados de alta frequência do país mostram que os americanos continuam a gastar e comer em restaurantes, como pode ser visto em sites como o OpenTable. Na semana passada, a demanda por quartos de hotel em Nova York atingiu o nível mais alto desde o início da pandemia.

Ainda assim, há indícios de possível mudança: o condado de Los Angeles voltou a obrigar o uso de máscaras, e a Apple adiou o retorno aos escritórios. Na quinta-feira, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA de prazo mais longo - mais sensíveis às perspectivas de crescimento - caminhavam para a quarta semana consecutiva de queda.

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