Bloomberg — Uma vacina mRNA contra a Covid-19 desenvolvida na China obteve sua primeira autorização de uso emergencial pelas autoridades da Indonésia, um passo experimental nos esforços chineses para ganhar terreno no mercado de vacinas ocidentais, amplamente usadas em todo o mundo.
O imunizante, chamado AWcorna, foi co-desenvolvido com a Walvax Biotecnologia, a Suzhou Abogen Biosciences e militares chineses e foi liberado para uso em pessoas com 18 anos ou mais, disse a Walvax em comunicado. A vacina, com certificação halal, pode ser usada como dose primária ou de reforço, afirmou a empresa.
A Walvax disse que a autorização é baseada em ensaios clínicos de fase três em andamento, embora a empresa não tenha fornecido números de eficácia em sua declaração. A própria China ainda não autorizou o fármaco para uso doméstico.
A vacina será produzida na Indonésia. Com base nas avaliações, duas doses da vacina têm uma taxa de eficácia de 71,17% contra a infecção pela variante ômicron, disse a chefe da agência de drogas e alimentos da Indonésia, Penny Lukito.
Tomando o valor atual, a eficácia da vacina está próxima à de de imunizantes de mRNA desenvolvidos no Ocidente contra a ômicron, mas o desempenho do medicamento chinês ainda não foi divulgado publicamente ou publicado em uma revista científica revisada por pares. Também não se sabe como ele atua na prevenção de versões graves da doença e mortes.
A aprovação da AWcorna ocorre quase três anos após a pandemia e ressalta a lacuna entre os desenvolvedores de vacinas chineses e seus rivais ocidentais. A Moderna e a Pfizer já estão promovendo aprovações de sua próxima geração de vacinas mRNA que visam tanto a cepa original quanto as subvariantes da ômicron. Seus imunizantes são os principais em programas de reforço promovidos em países da Europa e nos EUA para evitar uma ressurgência da doença no inverno.
A China ainda não aprovou nenhuma vacina de mRNA para uso doméstico e depende de vacinas inativadas menos eficazes para inocular sua vasta população. O imunizante da BioNTech permanece em limbo regulatório, apesar dos pedidos apresentados por seu parceiro chinês Shanghai Fosun Pharmaceutical.
A Walvax está buscando autorização de emergência na China. Ao contrário das vacinas de mRNA desenvolvidas pela parceria Pfizer-BioNTech e Moderna, que requerem congelamento profundo, sua vacina pode ser armazenada em temperatura refrigerada normal de 2-8C.
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