Bloomberg — As vendas de automóveis na Europa caíram em abril, uma vez que o crescimento econômico mais fraco e a incerteza devido às tensões comerciais globais levaram os consumidores a adiar compras de valores maiores.
Os registros de carros novos caíram 0,3%, para 1,08 milhão de unidades, informou a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis na terça-feira (27).
Os principais mercados, incluindo a Alemanha, a França e o Reino Unido, registraram quedas.
A fraca demanda doméstica está se somando a um quadro difícil para as montadoras europeias, já que elas enfrentam tarifas nos EUA e intensa concorrência na China, o maior mercado de veículos elétricos.
A Volkswagen, a Volvo Car e a Mercedes-Benz estão entre os fabricantes que estão cortando custos para lidar com a desaceleração.
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As vendas de modelos a gasolina e a diesel registraram as maiores quedas, superando o crescimento nas compras de veículos elétricos e híbridos.
Embora as entregas de modelos totalmente elétricos tenham aumentado 28% no mês passado, eles ainda representam uma parcela menor do mercado do que alguns analistas esperavam.
No início deste ano, a BloombergNEF previu que os VEs representariam mais de 30% das vendas em 2025. Eles representaram 17% em abril.
“A participação dos veículos elétricos a bateria está ganhando impulso lentamente, mas o crescimento permanece incremental e desigual entre os países da UE”, disse Sigrid de Vries, diretor geral da ACEA.
As vendas europeias da Tesla caíram quase pela metade em abril, para apenas 7.261 unidades, e sua participação no mercado continua a diminuir, apesar de uma linha renovada.
O declínio sugere que a política controversa do CEO Elon Musk e sua associação com o presidente dos EUA, Donald Trump, estão prejudicando a popularidade da marca.
A BYD da China vendeu mais veículos elétricos do que a Tesla na Europa pela primeira vez no mês passado, de acordo com a pesquisadora de mercado Jato Dynamics.
A pressão sobre as montadoras para acelerar a adoção de veículos elétricos diminuiu um pouco depois que a UE e o Reino Unido adiaram regras de emissões mais rígidas. Os híbridos plug-in foram um destaque em abril, com as vendas saltando 31% para quase 100.000 unidades.
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Apesar do modesto crescimento, o mercado continua volátil. A Stellantis, que ainda está à procura de um novo CEO, está perdendo participação na região.
As rivais chinesas, incluindo a MG e a BYD, estão obtendo sucesso ao voltarem aos modelos com motor a combustão em meio a uma demanda de plug-in menor do que a esperada.
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