Bloomberg — Os futuros dos EUA operam em queda nesta segunda-feira (5), à medida que as incertezas sobre a política comercial dos EUA paira sobre os mercados.
O petróleo bruto caiu após o mais recente aumento de oferta do Opep+.
Um índice do dólar recuou pelo segundo dia consecutivo e os contratos futuros do S&P 500 recuaram 0,7%, após o presidente Donald Trump afirmar que não tem planos de conversar com seu homólogo chinês nesta semana, embora tenha sinalizado que acordos comerciais com outros parceiros não especificados podem ser fechados já nos próximos dias.
As ações europeias operaram estáveis em um pregão de baixa liquidez, com os mercados do Reino Unido fechados por feriado.
A fraqueza generalizada do dólar impulsionou as moedas asiáticas, com o dólar taiwanês chegando a subir 5% na maior valorização intradiária em mais de três décadas.
O petróleo Brent desabou mais de 3% após a Opep+ concordar com um novo aumento de produção. O ouro avançou. Não houve negociações no mercado à vista de Treasuries.
Os mercados financeiros se estabilizaram nas últimas duas semanas, à medida que Trump reduziu suas tarifas em meio a sinais de progresso nas negociações comerciais, com o S&P 500 registrando duas semanas seguidas de alta.
Ainda assim, um acordo comercial com a China seria um pré-requisito para que o índice de referência dos EUA sustente seus ganhos, segundo estrategistas do Morgan Stanley liderados por Michael Wilson.
“Os recentes ganhos cíclicos nas ações não mudam o tema estrutural de ‘venda de ativos americanos’”, disse Charu Chanana, estrategista-chefe da Saxo Markets em Cingapura.
“O otimismo com acordos comerciais está dando lugar à realidade de negociações complexas e lentas.”
Com o fim da temporada de resultados do primeiro trimestre se aproximando, o foco se volta agora para a decisão de política monetária do Federal Reserve na quarta-feira.
Espera-se que o banco central mantenha as taxas de juros inalteradas, apesar da pressão de Trump e das preocupações com uma desaceleração econômica induzida por tarifas.
“Levará alguns meses até que haja evidências suficientes nos dados para justificar um corte de juros”, escreveram os economistas do Goldman Sachs Group, incluindo Jan Hatzius e David Mericle, em nota no domingo.
Eles preveem três cortes consecutivos de 25 pontos-base em julho, setembro e outubro.
A valorização das moedas na Ásia mantém os investidores atentos a sinais de possível intervenção dos bancos centrais para evitar uma apreciação ainda mais rápida.
“Há, definitivamente, uma perda de força na narrativa da ‘excepcionalidade americana’”, disse Rajat Agarwal, estrategista para a Ásia do Société Générale em Bengaluru, na Índia.
“O viés para o dólar dos EUA continua sendo de baixa, o que é positivo para ações e moedas de mercados emergentes.”
Enquanto isso, o forte aumento da produção da Opep+ elevou a oferta em um momento em que a demanda está sendo afetada pelo impacto da guerra comercial.
A aliança — liderada pela Arábia Saudita e pela Rússia — tem revertido cortes prolongados de produção que visavam sustentar os preços, mas que acabaram custando participação de mercado para concorrentes.
“O risco passou rapidamente a se concentrar no lado negativo”, escreveu Brian Leisen, estrategista de commodities do RBC Capital Markets, em nota a clientes.
Veja a seguir outros destaques desta manhã de segunda-feira (05 de maio):
- Mudanças na rival da Starlink. A operadora de satélites Eutelsat anunciou a substituição da CEO Eva Berneke por Jean-François Fallacher, um executivo do setor de telecomunicações, em meio aos esforços da Europa para desenvolver uma alternativa local ao Starlink, de Elon Musk.
- Aquisição bilionária. O grupo austríaco Erste comprou uma participação de 49% no Santander da Polônia por cerca de € 7 bilhões. O banco austríaco mira consolidar sua posição na Europa Central e Oriental. Para o Santander, o movimento representa um avanço de sua estratégia de se afastar da Europa.
- Audi ajusta horizonte. A empresa, controlada pela Volkswagen, continua enfrentando dificuldades com margens baixas, enquanto lida com os custos das tarifas do presidente Donald Trump e a crescente concorrência na China. A margem operacional da marca alemã foi de 1,5% no primeiro trimestre, uma leve melhora em relação aos 1,1% registrados no mesmo período do ano passado.
🔘 As bolsas na sexta-feira (02/05): Dow Jones Industrials (+1,39%), S&P 500 (+1,47%), Nasdaq Composite (+1,51%), Stoxx 600 (+1,67%), Ibovespa (+0,05%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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