Cinco coisas que você precisa saber para começar esta quinta-feira, 6 de junho

Investidores nesta quinta-feira (6) monitoram de perto a decisão das taxas de juros da zona do euro

Banco Central Europeu está prestes a começar a reduzir as taxas de juros, segundo expectativas do mercado
06 de Junho, 2024 | 08:46 AM

Bloomberg Línea — Investidores monitoram de perto nesta quinta-feira (6) a decisão sobre as taxas de juros da zona do euro pelo Banco Central Europeu (BCE). É esperado que o banco inicie um movimento de corte nas taxas.

No cenário corporativo, o rali de ações envolvidas com os ganhos da tecnologia de Inteligência Artificial estão no centro das atenções. Com a recente valorização guiada pelo boom de IA, Microsoft (MSFT), Nvidia (NVDA) e Apple (AAPL) agora valem mais juntas do que o mercado de ações da China.

No Brasil, às 9h, traders monitoram declarações do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.

Confira a seguir cinco destaques desta quinta-feira (6):

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1. Decisão do BCE

O Banco Central Europeu está prestes a começar a reduzir as taxas de juros dos atuais níveis recordes, confiante de que a inflação está suficientemente contida para aliviar o fardo sobre a economia.

Após ser mantida em um pico de 4% por nove meses, os analistas consultados pela Bloomberg quase unanimemente preveem que a taxa de depósito será reduzida em um quarto de ponto para 3,75% - um passo que as autoridades do BCE têm amplamente sinalizado nas últimas semanas. A decisão sai às 9h15 de Brasília.

Apesar de uma trajetória mais acidentada dos preços em direção à meta de 2%, a presidente do BCE, Christine Lagarde, declarou em maio que inflação na zona do euro, composta por 20 nações, está “sob controle” após seu pico histórico.

Isso colocou o BCE no caminho para afrouxar a política monetária antes do Federal Reserve ou do Banco da Inglaterra, economias em que o problema se mostra mais persistente.

Para onde o BCE vai a partir daqui é incerto, com as opiniões se tornando mais cautelosas após dados mostrarem crescimento econômico, inflação e aumento de salários mais fortes do que o esperado. Enquanto a maioria dos economistas acredita que haverá três cortes de taxa neste ano, muitos investidores reduziram suas expectativas e estão precificando apenas duas reduções.

2. Big techs valem mais que mercado chinês

A Microsoft, a Nvidia e a Apple agora valem mais juntas do que o mercado de ações da China.

Com uma capitalização de mercado total de cerca de US$ 9,2 trilhões, as três empresas de tecnologia mais valiosas dos EUA superaram todas as ações ativamente negociadas nas bolsas chinesas - excluindo Hong Kong -, que somam quase US$ 9 trilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg.

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A demanda dos investidores por uma exposição à inteligência artificial impulsionou muitas ações do setor para recordes históricos.

A Nvidia - sem dúvida a maior beneficiária de um enorme fluxo de gastos com IA desde o ano passado - testemunhou sua capitalização de mercado atingir a marca de US$ 3 trilhões ontem (5), tornando-se a primeira empresa de chips de computador a alcançar esse feito.

A empresa, com sede em Santa Clara, Califórnia, domina o mercado com seus produtos altamente procurados que ajudam a alimentar data centers que executam tarefas complexas de computação de IA. Enquanto isso, a Microsoft investiu na OpenAI e está integrando recursos de IA em seus produtos e serviços.

A Apple não teve o desempenho mais forte este ano, pois as ações da gigante da tecnologia foram pressionadas por preocupações sobre a demanda enfraquecida por iPhones na China e uma multa de US$ 2 bilhões da União Europeia.

No entanto as ações da empresa acabaram de entrar para o terreno positivo em 2024, à medida que o sentimento dos investidores em relação à fabricante do iPhone melhora lentamente.

3. Mercados

As ações europeias dispararam para um novo recorde, impulsionadas pela contínua alta nas ações de tecnologia e uma esperada redução da taxa de juros pelo BCE.

Enquanto o índice de referência pan-europeu Stoxx 600 subiu perto de 0,70% mais cedo, o subíndice de tecnologia avançou até 2,6%, após ganhos acentuados das big techs de Wall Street. Os contratos futuros das ações dos EUA também subiram nesta manhã, indicando outro pico histórico para o S&P 500.

Nas negociações antes da sessão à vista na Nasdaq, a ação da Nvidia (NVDA) avançou quase 2%.

Os rendimentos dos títulos em toda a Europa subiram antes da reunião, enquanto os traders aguardavam mais orientações da presidente do BCE, Christine Lagarde, sobre o caminho para um afrouxamento monetário adicional. As apostas em novos cortes do BCE se tornaram mais cautelosas após dados mostrarem um crescimento econômico, inflação e aumento de salários mais fortes do que o esperado.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA também subiram após caírem na sessão anterior, com os mercados quase totalmente precificando dois cortes de taxas pelo Fed em 2024.

Enquanto uma leitura de folha de pagamento privada (ADP) na quarta-feira mostrou que a contratação nas empresas cresceu no ritmo mais lento desde o início de 2024, o setor de serviços cresceu no maior ritmo em nove meses. Os dados mensais de folha de pagamento (payroll) nesta sexta-feira devem mostrar um aumento na criação de empregos em maio, após o surpreendentemente baixo número de abril.

Mais cedo na Ásia, as ações subiram pela primeira vez em três dias, com as ações indianas estendendo os ganhos depois que o primeiro-ministro Narendra Modi ganhou apoio crucial de dois aliados chave em sua coalizão. O papel da Taiwan Semiconductor Manufacturing subiu até 7,4%, para um novo recorde, após o gigante de chips anunciar uma recompra de ações.

4. Manchetes dos principais jornais

Estado de S. Paulo: Preço do barril de petróleo cai para menos de US$ 80. O que isso significa para a Petrobras?

Folha de S. Paulo: STF pagou R$ 39 mil a segurança em viagem de Toffoli à final da Champions League

Valor Econômico: Aumenta parcela de trabalhadores que recebem mais de um salário mínimo

O Globo: Cobrados pelo governo, ministros do Centrão só garantem votos nas pautas econômicas

5. Agenda

Zona do Euro:

  • 9h15: Declaração de Política Monetária do BCE
  • 9h15: Decisão da Taxa de Juros
  • 9h45: Entrevista coletiva de Imprensa do BCE
  • 11h15: Discurso de Christine Lagarde, Presidente do BCE

Estados Unidos:

  • 9h30: Pedidos Contínuos por Seguro-Desemprego
  • 9h30: Exportações
  • 9h30: Importações
  • 9h30: Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego
  • 9h30: Produtividade do Setor Não Agrícola
  • 9h30: Balança Comercial
  • 9h30: Custo Unitário da Mão de Obra
  • 17h30: Fed’s Balance Sheet

Brasil:

  • 11h: Produção de Veículos pela Anfavea
  • 11h: Vendas de Veículos pela Anfavea
  • 14h30: Fluxo Cambial Estrangeiro

Japão:

  • 20h30: Gastos Domésticos

-- Com informações da Bloomberg News.

Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.