Bloomberg — As ações globais operam em queda nesta segunda-feira (7), à medida que parceiros comerciais dos EUA correm para finalizar acordos com o governo Trump antes do prazo de 9 de julho para a imposição de tarifas.
Os futuros do S&P 500 caíram 0,5% após os mercados acionários estarem fechados na sexta-feira devido ao feriado do Dia da Independência.
A Tesla recuou mais de 7% no pré-mercado, com preocupações de que a tentativa de Elon Musk de formar um novo partido político possa gerar uma reação negativa do ex-presidente Donald Trump.
As ações europeias operavam estáveis, enquanto um índice de ações asiáticas caiu 0,7%.
As tensões comerciais voltaram ao radar com a aproximação do prazo para as tarifas, e Trump prometeu começar a aplicar taxas unilaterais a dezenas de países nos próximos dias.
As ações haviam subido para níveis recordes — recuperando-se do tombo de abril, quando tarifas amplas foram anunciadas — impulsionadas pela expectativa de que as medidas seriam menos severas do que se temia e por sinais de resiliência da economia dos EUA.
Autoridades dos EUA haviam sinalizado anteriormente o dia 1º de agosto como a data para o início das tarifas mais altas. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, indicou que alguns países poderão ter uma extensão de três semanas para negociar.
“Acho que houve um relaxamento excessivo”, disse Christian Mueller-Glissman, chefe de pesquisa de alocação de ativos do Goldman Sachs, à Bloomberg TV.
“Há uma expectativa de que existam muitos fatores compensatórios. Mas, se a incerteza sobre as tarifas aumentar e começarmos a ver os primeiros sinais de impactos negativos nos dados concretos, o mercado pode começar a questionar o cenário otimista que precifica hoje.”
Nos mercados de títulos, o rendimento do papel japonês de 30 anos subiu 10 pontos-base, para 2,96%, diante de temores de que a eleição da câmara alta neste mês leve a um aumento dos gastos fiscais.
Os Treasuries dos EUA pouco se moveram, com o rendimento da T-note de 10 anos em 4,34%.
Os metais recuaram e o yuan enfraqueceu depois que Trump afirmou que países que se alinharem ao grupo dos BRICS enfrentarão uma tarifa adicional de 10%. O dólar subiu 0,4%.
Os BRICS incluem Brasil, China, África do Sul e Índia. No fim de semana, líderes do bloco concordaram em continuar as negociações sobre um sistema de pagamentos para comércio e investimentos - um projeto em discussão há uma década.
“As declarações de Trump são um tiro de advertência para países emergentes que consideram seguir o caminho de alinhamento aos BRICS”, disse Mingze Wu, operador da StoneX Financial em Cingapura.
“É melhor esperar a poeira baixar antes de tomar posições ativas, já que ninguém gosta de incerteza política.”
Veja a seguir outros destaques desta manhã de segunda-feira (7 de julho):
- Brics na mira de Trump.O presidente americano ameaçou impor uma tarifa adicional de 10% aos países do Brics que aderirem a moeda alternativa ao dólar, o que aumenta a incerteza no comércio global. A medida ocorre às vésperas do fim da pausa de 90 dias para novas tarifas dos EUA, que expira na quarta-feira.
- Nissan prepara captação.A montadora planeja captar cerca de US$ 5 bilhões em dívidas para financiar uma reestruturação liderada pelo novo CEO Ivan Espinosa. A estratégia é parte de uma iniciativa de financiamento mais ampla para manter as operações em andamento.
- Shell ajusta previsão. A empresa informou que seus resultados do segundo trimestre serão impactados negativamente pelo desempenho mais fraco de sua operação de trading de petróleo e gás. Essa divisão costuma ser uma das principais geradoras de lucro da companhia.
🔘 As bolsas na sexta-feira (04/07): Dow Jones Industrials (—), S&P 500 (—), Nasdaq Composite (—%), Stoxx 600 (-0,48%), Ibovespa (+0,24%)
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-- Com informações da Bloomberg News.
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