Bloomberg — O Irã disse que os ataques dos Estados Unidos às suas instalações nucleares no fim de semana deram um “golpe irreparável” no Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) - um acordo internacional fundamental que impede a disseminação de bombas atômicas.
O enviado do Irã para a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Reza Najafi, descreveu os ataques dos Estados Unidos como um ato de agressão que “desferiu um golpe fundamental e irreparável no regime internacional de não proliferação, demonstrando de forma conclusiva que a estrutura existente do TNP se tornou ineficaz”.
Ele não especificou se o Irã pretende deixar o TNP, o que provavelmente significaria que o órgão de vigilância nuclear das Nações Unidas não poderá mais inspecionar as instalações atômicas do país.
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O enviado do Irã fez os comentários à margem de uma reunião da Agência Internacional de Energia Atômica em Viena, convocada para discutir os ataques em andamento contra a infraestrutura nuclear de Teerã.
O diretor geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, reiterou que seus inspetores não sabem a localização do estoque de urânio enriquecido do Irã e exigiu que fossem informados.
“Qualquer transferência de material nuclear de uma instalação protegida para outro local no Irã deve ser declarada à agência, conforme exigido pelo acordo de salvaguarda do Irã”, disse ele, acrescentando que “é preciso haver uma cessação das hostilidades para que as condições necessárias de segurança e proteção prevaleçam, de modo que o Irã possa permitir que as equipes da AIEA entrem nos locais para avaliar a situação”.
No domingo (22), legisladores em Teerã analisaram a possibilidade de a República Islâmica se retirar do TNP em resposta ao ataque dos Estados Unidos.
Qualquer decisão final nesse sentido teria de ser tomada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã e pelo líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei.
Os Estados Unidos realizaram uma extensa operação militar contra três instalações nucleares no Irã - Fordow, Natanz e Isfahan - no fim de semana. O presidente Donald Trump disse que elas foram “aniquiladas”.
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