Bloomberg — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, propôs uma tarifa de 80% sobre a China antes do início das negociações neste sábado (10) e pediu que Pequim faça mais para abrir seus mercados aos produtos americanos.
“A tarifa de 80% sobre a China parece correta! Depende de Scott B”, disse Trump em uma postagem nas mídias sociais na manhã desta sexta-feira (9), referindo-se ao Secretário do Tesouro, Scott Bessent.
“A CHINA DEVERIA ABRIR SEU MERCADO PARA OS EUA - SERIA MUITO BOM PARA ELES!!! MERCADOS FECHADOS NÃO FUNCIONAM MAIS!!!”, disse ele em um post separado, com letras maiúsculas.
Bessent e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, devem iniciar conversas com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, na Suíça neste fim de semana.
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Serão as primeiras discussões públicas entre as duas maiores economias do mundo sobre como neutralizar uma guerra comercial que fez com que Trump impusesse taxas de 145% sobre a China e que Pequim retaliasse com taxas de 125% sobre muitos produtos americanos.
Os comentários de Trump proporcionaram uma forte dose de realidade para os investidores, que esperam o início das negociações entre os dois países.
Eles estão ansiosos por qualquer sinal de que o presidente dos EUA busca uma saída para amenizar a guerra comercial que tem ampliado a volatilidade dos mercados acionários e de títulos e aumentado os riscos de uma desaceleração global.
Mais tarde, na Casa Branca, a secretária de Imprensa do governo americano, Karoline Leavitt, disse que Trump “jogou fora” o número, mas que qualquer redução exigiria uma ação dos chineses.
“O presidente ainda mantém sua posição de que não vai reduzir unilateralmente as tarifas sobre a China”, disse Leavitt. “Precisamos ver concessões da parte deles também.”
Os futuros do S&P 500 ficaram brevemente negativos e, embora positivos novamente, estão bem longe das máximas da sessão.
As ações europeias reduziram os ganhos e o peso mexicano reverteu os ganhos. Os rendimentos dos títulos de dois anos dos EUA caíram.
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Trump impôs altas tarifas sobre dezenas de países no começo de abril, mas rapidamente suspendeu esses impostos de importação para permitir que os parceiros comerciais tivessem uma janela de 90 dias para negociar acordos com seu governo.
Na quinta-feira (8), Trump divulgou o primeiro desses acordos com o Reino Unido, embora ele pareça ter ficado muito aquém do pacto “completo e abrangente” que havia prometido, com muitos dos detalhes críticos sendo deixados para negociações futuras.
As negociações com a China parecem ser ainda mais complicadas.
No início desta semana, Trump descartou a possibilidade de reduzir preventivamente os impostos sobre a China para ajudar a impulsionar as negociações.
Embora Trump tenha dito que está disposto a reduzir as tarifas sobre a China em algum momento, o presidente e seus assessores afirmaram que os consumidores dos EUA estão dispostos a suportar os efeitos da guerra comercial na forma de preços mais altos e menos opções.
O objetivo final seria permitir que sua proposta de trazer mais empregos na área de manufatura para o país seja bem-sucedida.
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