Ata do Copom, IPCA, Powell e os principais assuntos da semana que começa

Dados econômicos e sinalizações sobre próximos passos na condução da política monetária no Brasil e nos EUA ganham os holofotes nos próximos dias

Banco Central em Brasília
Por Josue Leonel
05 de Novembro, 2023 | 05:18 PM

Bloomberg — A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) movem o mercado nesta semana depois da manutenção do guidance para o ritmo de cortes da Selic nas próximas reuniões.

Nos Estados Unidos, o otimismo pós-Fomc será testado por fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) analisa a reforma tributária e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) coloca a meta fiscal novamente no foco.

PUBLICIDADE

Já a safra de balanços traz números do terceiro trimestre de Petrobras (PETR3; PETR4) e bancos.

Confira os principais destaques da semana que começa:

Ata do Copom e IPCA

O mercado aguarda a ata do Copom, na terça-feira (7) para verificar se o Banco Central fará uma avaliação mais detalhada sobre o cenário fiscal. O BC reduziu a Selic em 0,50 ponto percentual e manteve sinalização de mesmo ritmo para as “próximas reuniões”.

PUBLICIDADE

O comunicado ampliou o alerta sobre o cenário externo, mas manteve a redação quanto ao fiscal, reiterando a importância do cumprimento da meta.

Após a ata, juros podem reagir na sexta-feira (10) ao IPCA de outubro, que deve mostrar uma inflação ainda moderada, em 0,3%, segundo Adriana Dupita, da Bloomberg Economics. Dados de vendas no varejo também estão no radar.

Powell e China

O presidente do Fed, Jerome Powell, participa na quinta-feira (9) de painel sobre desafios da política monetária na conferência anual de pesquisa do FMI em Washington.

PUBLICIDADE

A fala ganha relevância depois de sinalização de que o juro americano não deve mais ser elevado, o que gerou forte rali dos ativos de risco. O movimento foi acelerado na sexta-feira com o payroll abaixo do previsto.

Outros dirigentes do Fed também falarão na semana, que ainda terá o final do horário de verão, no dia 5, e o dia do Veterano, no dia 11.

Ainda na cena externa, a China divulgará nos próximos dias os dados da balança comercial e da inflação. Destaque ainda para a decisão de juros dos BCs do México e do Peru.

PUBLICIDADE

Reforma tributária

A reforma tributária deve ser votada na Comissão de Constituição e Justiça na terça-feira (7), segundo a Agência Senado.

O presidente da CCJ, Davi Alcolumbre, espera que a proposta seja analisada em plenário nos dias 8 e 9, para ser devolvida à Câmara até o dia 10.

A reforma já tem votos necessários para ser aprovada na CCJ e no plenário, segundo o relator, Eduardo Braga, diz o jornal Folha de S. Paulo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que novas exceções incluídas no Senado elevam a alíquota padrão em meio ponto percentual.

Meta fiscal e LDO

O ministro da Fazenda Fernando Haddad está sob forte pressão dentro do governo para abandonar a meta de déficit zero em 2024.

Depois de Lula ter colocado em dúvida o objetivo, a ala política circula propostas de um déficit entre 0,25% e 0,75% do PIB, de acordo com duas pessoas familiarizadas com as conversas que falaram à Bloomberg News. O Planalto não comentou.

O relatório preliminar da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deve ser votado pela Comissão Mista De Orçamento (CMO) na terça-feira, segundo o jornal Valor Econômico.

Petrobras e bancos

A Petrobras divulga o seu balanço trimestral na quinta-feira (9). Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4), BTG Pactual (BPAC11) e Banco do Brasil (BBAS3) também estão entre as companhias que informam resultados trimestrais nos próximos dias, ao lado de Eletrobras (ELET3; ELET6), Copel (CPLE6), Sabesp (SBSP3), Braskem (BRKM5), Gol (GOLL4), Light (LIGT3) e Oi (OIBR3).

A B3 passa a fechar às 18h a partir de segunda-feira (6) com o fim do horário de verão nos EUA.

Veja mais em bloomberg.com

Leia também:

Warren Buffett tem caixa recorde de US$ 157 bi à espera de boas oportunidades

Maior trading global de açúcar alerta para risco de escassez épica no mercado