Ações ligadas a juros têm espaço para subir até 40% na bolsa, diz ARX

A gestora de R$ 32,5 bi, contudo, ainda tem posição mais concentrada em commodities e não vê rotação mais forte para consumo no curto prazo

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Bloomberg — Os setores ligados a juros na bolsa estão muito descontados e há papéis com espaço para subir até 40% assim que os temores fiscais se dissiparem, diz Rogério Poppe, CEO e gestor responsável pela estratégia de renda variável da ARX Investimentos, em entrevista à Bloomberg News.

“A pressão diminui e esses papéis respiram. Tem espaço para subir 30%, 40% nesses setores, não seria uma surpresa”, afirma.

Na terça-feira (11), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) abaixo do esperado levou as varejistas e construtoras a escalarem altas de dois dígitos, com a percepção de corte mais próximo da Selic.

A ARX, contudo, ainda tem posição mais concentrada em commodities e não vê uma rotação mais forte para consumo no curto prazo. Antes disso, será preciso que o novo arcabouço fiscal seja aprovado pelo Congresso e o juro básico, hoje em 13,75%, possa efetivamente cair, segundo Poppe.

“Tem espaço para recuperação de consumo, mas os fundamentos estão muito piores. Em commodities, a história é mais limpa”, afirma. A exposição ao segmento está limitada a supermercados — Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), Assaí (ASAI3) e Carrefour Brasil (CRFB3) estão na carteira da ARX, que administra R$ 32,5 bilhões, sendo R$ 4,1 bilhões nos fundos de ações.

Em commodities, a gestora possui Vale (VALE3) e Gerdau (GGBR4). No setor de petróleo, prefere ficar fora de Petrobras (PETR3; PETR4) até que o posicionamento do novo governo sobre a empresa fique mais claro.

Papéis com exposição global, como Embraer (EMBR3), também estão no portfólio, além de utilities – com destaque para setor elétrico – e shoppings.

A gestora não tem posições em empresas de saneamento, mas vê com cautela as mudanças recentes feitas pelo governo no marco regulatório do setor, que podem ser um sinal de alerta para alterações também na área de energia.

O gestor acredita que o fluxo estrangeiro deve retornar com mais força ao Brasil, passado o impacto da crise bancária no exterior e com alívio nas mensagens mais “truncadas” do início do governo.

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