Tesla aprofunda queda e apaga metade da alta meteórica de 2020

Recuo pode custar à Tesla seu lugar entre as 10 mais valiosas do S&P 500, uma conquista que mantém desde que ingressou no índice em dezembro de 2020

A companhia perdeu cerca de dois terços de seu valor em meio à aquisição de Musk do Twitter e outras distrações relacionadas
Por Esha Dey
27 de Dezembro, 2022 | 01:45 PM

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Bloomberg — A queda nas ações da Tesla (TSLA) se aprofunda nesta terça-feira (27), depois que uma reportagem sobre um plano para suspender temporariamente a produção em sua fábrica na China reacendeu as preocupações com a demanda.

A ação cai pelo sétimo dia consecutivo e está a caminho de sua mais longa sequência de perdas desde 2018. O valor de mercado da empresa caiu para cerca de US$ 372 bilhões, abaixo do Walmart (WMT) e do JPMorgan Chase (JPM) .

A queda pode custar à Tesla seu lugar entre as 10 empresas mais valiosas do S&P 500, uma conquista que mantém desde que ingressou no índice em dezembro de 2020.

Tesla apaga metade do rali da pandemia

A notícia da menor produção de Xangai se baseia em uma divulgação da semana passada de que a Tesla ofereceu aos consumidores americanos um desconto de US$ 7.500 para a entrega de seus dois modelos de maior volume antes do final do ano, o que intensifica a preocupação com a queda na demanda. Para a Tesla, cuja avaliação é baseada em suas perspectivas de crescimento futuro, essas preocupações representam um risco significativo.

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“A maior parte da fraqueza nas ações este ano se deve a indicadores que mostram o enfraquecimento da demanda global”, diz Craig Irwin, analista da Roth Capital Partners. O crescimento estimado da receita da Tesla “ainda é impressionante, mas não o tipo de avaliação de mercado de US$ 385 bilhões”, disse ele, referindo-se ao valor no final da semana passada.

Analistas esperam que a receita cresça 54% em 2022 e 37% em 2023 em média, segundo dados compilados pela Bloomberg.

A esperança de que a Tesla se tornasse a empresa líder em um futuro dominado por carros elétricos alimentou uma recuperação espetacular da ação, que subiu oito vezes em 2020, ganhando um lugar no S&P 500 e, em determinado momento, se tornando a quinta ação mais valiosa do indicador.

Mas o declínio deste ano foi ainda mais rápido. A companhia perdeu cerca de dois terços de seu valor em meio à aquisição de Musk do Twitter (TWTR) e outras distrações relacionadas, o nervosismo dos investidores sobre ativos em crescimento e, mais recentemente, as preocupações de que a alta inflação e o aumento das taxas de juros reduzam o entusiasmo do consumidor por veículos elétricos.

Os analistas de Wall Street começaram a alertar sobre a demanda por veículos elétricos, e a meta de preço médio de 12 meses da Tesla caiu 10% este mês. Enquanto isso, a estimativa média de ganhos ajustados para 2022 caiu mais de 4% em relação a apenas três meses atrás.

Mesmo assim, a posição geral dos analistas sobre a Tesla continua otimista, com a maior proporção de compra ou classificações equivalentes desde o início de 2015.

“Apesar do desempenho das ações, a curva de inovação da Tesla parece estar acelerando, um forte contraste com outras grandes empresas de tecnologia cujas atualizações incrementais de produtos parecem estagnadas na melhor das hipóteses”, escreveu George Gianarikas, analista da Canaccord Genuity, em nota na semana passada. Ele acrescentou que sinais de recuperação podem aparecer em 2023.

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