Bloomberg — Os yields (rendimentos) dos títulos soberanos na Europa e nos Estados Unidos dispararam nos últimos dias com sinais de que a inflação continua persistente e que é cedo para esperar que os bancos centrais desacelerem seus ciclos de aperto monetário.
Uma onda que começou na zona do euro rapidamente se espalhou para os Treasuries americanos na sexta-feira (28), e os yields dos títulos 10 anos subiram até 0,13 ponto percentual.
Dados de inflação na França, na Alemanha e na Itália superaram as expectativas dos analistas e levaram o mercado a desfazer apostas de que o fim dos aumentos agressivos de juros estaria próximo.
Expectativas de investidores de que bancos centrais, incluindo o Federal Reserve, estariam se preparando para desacelerar o ritmo do aperto monetário haviam alimentado uma queda nos yields nos últimos dias. Mas a inflação mostra poucos sinais de alívio.
“Os bancos centrais definitivamente ainda não podem reivindicar vitória na luta contra a inflação”, disse Gregoire Pesques, gestor da Amundi. “Para realmente haver uma reversão no mercado, precisa haver uma diminuição na volatilidade.”
O mercado ficará de olho em qualquer sinal de que as autoridades do Fed estejam suavizando sua postura hawkish quando definirem a taxa de juros na semana que começa, com reunião no dia 2 de novembro.
Embora se espere que eles aumentem os juros em mais 0,75 ponto percentual, para o intervalo entre 3,75% e 4,00%, a presidente do Fed de San Francisco, Mary Daly, disse na semana passada que os formuladores de política monetária devem começar a planejar uma redução no tamanho dos aumentos de juros, o que ajudou a alimentar a especulação de que o ritmo agressivo de aperto deveria desacelerar.
Os sinais dovish “podem levar a outro FOMC [o Comitê de Mercado Aberto do Fed] volátil se o Fed decidir ir contra um afrouxamento das condições financeiras com uma nova retórica hawkish”, disse James Wilson, gestor sênior da Jamieson Coote Bonds, que administra US$ 3,7 bilhões em ativos.
A JPMorgan Asset Management está entre os que apostam que a alta dos yields tem fôlego, apesar de apostas renovadas de que o Fed começará a cortar juros no próximo ano.
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