Expectativa para a inflação de 2022 cai e 4 assuntos do Brasil e do mundo

Confira os principais tópicos que vão marcar o sentimento dos mercados nesta segunda-feira (24)

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Bloomberg Línea — A semana que se inicia promete ser intensa, a apenas 6 dias da decisão das eleições presidenciais do Brasil, e com a temporada de resultados corporativos ganhando tração por aqui. Além disso, os mercados digerem os dados econômicos da China, divulgados no começo desta segunda-feira, e aguardam mais uma safra de balanços dos Estados Unidos.

Veja as outras notícias que devem impactar os mercados nesta segunda-feira (24):

1. Novas projeções

O mercado voltou a reduzir sua expectativa para a inflação deste ano, de 5,62%, há uma semana, para 5,60% agora, de acordo com as instituições financeiras consultadas semanalmente pelo Banco Central do Brasil no Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira. Esta foi a décima sétima semana consecutiva de queda na projeção para o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) deste ano. Para 2023, a expectativa para o IPCA passou de 4,97% para 4,94%. Já para 2024, subiu de 3,43% para 3,50%.

A projeção de alta para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2022 foi mantida, desta vez de 2,71% para 2,76%, com expectativa de elevação para o ano que vem de 0,59% para 0,63%. Já a expectativa para a taxa básica de juros, a Selic, foi mantida em 13,75% para este ano e em 11,25% para o ano que vem. Para 2024, a taxa se manteve em 8%.

2. Economia chinesa

Os dados econômicos da China que foram adiados na semana passada foram apresentados na madrugada desta segunda-feira, no horário de Brasília, e mostraram uma recuperação mista no país, com o aumento do desemprego e o enfraquecimento das vendas no varejo em setembro ofuscando uma retomada do crescimento.

A aceleração do PIB no terceiro trimestre, alta de 3,9%, ficou acima das estimativas de alta de 3,3%, mas os dados de setembro mostraram aumento da taxa de desemprego, situada em 5,5% ante 5,3% em agosto, e desaceleração das vendas no varejo de 5,4% em agosto para 2,5% no mês passado - abaixo da previsão de alta de 3% para setembro. Mesmo assim, a economia chinesa mostrou uma recuperação mais rápida do que o esperado, com as restrições mais rígidas para frear o coronavírus, o agravamento da crise imobiliária e o risco de uma recessão global pesando nos esforços do governo para uma recuperação mais forte em 2023.

3. Mercados

Os futuros das bolsas americanas sobem nesta manhã, com os investidores tentando aumentar os ganhos vistos na semana passada, na esteira da temporada de resultados do terceiro trimestre. Às 9h30, o Dow Jones futuro subia 0,62%, o S&P tinha alta de 0,52% e o Nasdaq subia 0,20%.

O Dollar Index, que mede a força da moeda americana em relação a uma cesta de outras moedas, subia 0,19% no mesmo horário. As bolsas europeias seguiam o movimento de alta com o FTSE de Londres subindo 0,42%, enquanto o Stoxx600 subia 1,54%.

4. Manchetes do dia

  • Estadão: Ação de Roberto Jefferson deve gerar efeito rebote para o Supremo, preveem ministros
  • Folha de S. Paulo: Bolsonaro tenta vincular Jefferson a Lula e transformar episódio em gesto de apoio à PF
  • O Globo: Estratégia de Bolsonaro para se dissociar de Roberto Jefferson confunde os aliados; PT vai explorar episódio
  • Valor: Análise: Ao receber Polícia Federal a bala, Roberto Jefferson desfere antifacada em Bolsonaro

5. Agenda

A semana promete ser agitada tanto no cenário doméstico quanto lá fora. Na agenda local, a semana começa com a divulgação do Boletim Focus, números das transações correntes de agosto e de investimentos estrangeiros também para o mês de agosto. Nos EUA, os destaques do dia são o Índice de Atividade-Fed Chicago, de setembro, e o discurso de Janet Yellen, secretária do Tesouro. A temporada de balanços também continua com as divulgações da Philips, Galp, Orange, Discover ainda hoje.

E também...

Os preços do petróleo caem nesta manhã, com os temores de uma desaceleração econômica global pairando sobre o mercado. Pesa no sentimento também o fim do congresso do Partido Comunista, da China, que não trouxe muitas novidades em relação aos possíveis estímulos ao maior importador da commodity do mundo. Às 8h30, o petróleo tipo Brent recuava 0,89%, a US$ 90,52 o barril, enquanto o WTI caía 1,16%, a US$ 84,06 o barril.

--Com informações da Bloomberg News

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