BTG/FSB: vantagem de Lula sobre Bolsonaro volta a crescer

De acordo com pesquisa feita por telefone, petista saiu de 41% para 45% em uma semana, enquanto atual presidente ficou estável em 34%

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Bloomberg Línea — As intenções de voto no presidente Jair Bolsonaro (PL) ficaram estáveis na última semana, enquanto o ex-presidente Lula (PT) viu sua vantagem sobre o atual mandatário crescer no período. Segundo pesquisa BTG/FSB divulgada nesta segunda-feira (15), Lula tem 45% dos votos, e Bolsonaro, 34%.

Em relação à última pesquisa, divulgada no dia 8 de agosto, o petista cresceu quatro pontos percentuais, enquanto Bolsonaro se manteve nos 34%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

A pesquisa foi realizada entre os dias 12 e 14 de agosto e ouviu 2 mil pessoas por telefone. O índice de confiança é de 95%. O registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é BR-00603/2022.

Depois dos dois líderes nas intenções de votos vêm os candidatos Ciro Gomes (PDT), com 8%, e Simone Tebet (MDB), com 2%. O deputado André Janones (Avente-MG), que vinha empatando com Tebet no quarto lugar, desistiu de sua candidatura presidencial e decidiu apoiar Lula.

Os resultados da nova pesquisa sugerem que o aumento do Auxílio Brasil teve efeito por enquanto marginal no desempenho do Bolsonaro. O programa, versão bolsonarista do Bolsa Família, que foi criado no governo Lula, teve seu valor aumentado de R$ 400 para R$ 600 por meio de uma emenda à Constituição que permitiu ao governo contornar as limitações do teto de gastos até o final deste ano. O novo valor começou a ser pago no dia 8 de agosto e ficará em vigor até 31 de dezembro.

Segundo os dados da pesquisa BTG/FSB, o novo Auxílio parece ter influenciado na escolha dos eleitores que ganham entre um e dois salários mínimos: Bolsonaro saiu de 22% no segmento na pesquisa anterior para 29% nesta. Já Lula saiu de 50% para 49%.

Em contrapartida, o ex-presidente saiu de 60% para 66% entre os que ganham um salário mínimo - público que recebe o benefício. E Bolsonaro caiu de 20% para 15%.

Importante destacar, entretanto, que 83% dos entrevistados pela pesquisa não recebem Auxílio Brasil nem moram com alguém que recebe.

Entre os que recebem, no entanto, o preferido é Lula. E, da semana passada para cá, as intenções de voto desse segmento no petista saíram de 53% para 61%. Bolsonaro seguiu estável com 24%.

A pesquisa mostrou ainda que a rejeição a Bolsonaro parece ter estabilizado: caiu de 58% para 53% entre o final de julho e o início de agosto e agora está em 54%. A rejeição a Lula está em 44%.

Avaliação do presidente

A avaliação do governo Bolsonaro também deu sinais de estabilização: 44% dos entrevistados disseram que consideram a gestão ruim ou péssima. E 55% dos pesquisados disseram desaprovar a forma de governar do presidente, índice que se mantém desde a pesquisa anterior, do dia 8.

Os que consideram que os preços da economia aumentaram nos últimos meses foram 85%, ante 88% da pesquisa anterior e 91% na de julho.

Também vem caindo o tamanho do grupo de brasileiros que acham que a inflação vai aumentar nos próximos três meses: eram 46% em 25 de julho e agora são 40%.

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