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Ser artista não será mais sinônimo de baixa remuneração

Os NFTs agora estão ficando populares com mais investidores de varejo entrando no espaço e mais artistas se beneficiando com a demanda

Tempo de leitura: 4 minutos

Bloomberg Línea Ideais — Todo mundo já ouviu falar que artistas passam fome. Um criador que desistiu de uma maneira “tradicional” de ganhar a vida para se concentrar 100% em seu trabalho criativo. Se falarmos apenas de artistas visuais, é um mundo muito competitivo e apenas alguns são bem-sucedidos enquanto ainda estão vivos – às vezes nem isso. Para os que o fazem, esse reconhecimento não se traduz benefícios pela valorização do seu trabalho inicial, que por vezes tiveram de vender a preços muito baixos para pagar as contas.

Mike Winkelmann, mais conhecido como Beeple, é um pai e artista de Wisconsin que costumava dirigir um carro popular. Mas em 2021, ele ganhou as manchetes quando sua obra Everydays: The First 5000 Days – foi vendida por US$ 69 milhões na Christie’s, uma colagem de 13 anos de pinturas corriqueiras. O comprador, que possui a terceira peça de arte mais cara leiloada na Christie’s, pagou em Ethereum (ETH) e não recebeu uma escultura física, ou uma pintura emoldurada, recebeu um token não fungível (NFT), que é essencialmente uma prova digital de propriedade, incorporado em um contrato inteligente no blockchain.

Os NFTs agora estão ficando populares com mais investidores de varejo entrando no espaço e mais artistas se beneficiando com a demanda. Um dos principais projetos é uma coleção de 10 mil avatares de macacos conhecida como Bored Ape Yacht Club (BAYC), cujo valor de mercado é de mais de US$ 3,6 bilhões, de acordo com o CoinGecko, um agregador de dados de criptomoedas. Existem muitos outros como Beeple e o BAYC.

NFTs: o início da valorização da arte?

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No contrato inteligente de um NFT, você pode incorporar as condições desejadas como criador, incluindo pagamento de royalties. Como artista, o padrão é que você receba 90% da receita da venda original e 10% dos royalties das transações do mercado secundário.

No contrato inteligente de um NFT, você pode incorporar as condições desejadas como criador, incluindo pagamento de royalties. Como artista, o padrão é que você receba 90% da receita da venda original e 10% dos royalties das transações do mercado secundário.

O mercado secundário mais popular para NFTs é o OpenSea, mas existem outros, como Aorist, Nifty Gateway, Rarible e muitos mais.

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É importante pontuar que os NFTs não são uma maneira mágica de criar valor. O valor é criado com o desejo do mercado pela(s) obra(s) e pela utilidade que existe para os compradores. O que os NFTs trazem é uma mudança de paradigma de acreditar que as coisas só têm valor se você restringir o acesso a elas. Os NFTs são novamente apenas uma prova de propriedade, e quanto mais algo é amplamente compartilhado, mais valioso se torna.

Mulheres e a igualdade de gênero no espaço de NFTs

Embora o espaço de criptoativos tenha sido tradicionalmente ocupado por homens, o foco dos NFTs na criatividade o torna mais atraente para as mulheres. Nos Estados Unidos, por exemplo, temos projetos como World of Women e Web3Equity de Miami, que estão apoiando as mulheres ao treiná-las na Web3 e envolvendo-as. Uma maneira pela qual a Web3Equity faz isso é vendendo sua própria coleção de NFTs projetadas por uma artista local no Superama. Cada compra serve como uma associação à Web3Equity, que organiza eventos educacionais da Web3 principalmente para mulheres.

Mas isso não está acontecendo apenas nos EUA; na América Latina também temos alguns projetos e esforços interessantes de NFT para envolver as mulheres. No México, a Xolos Crew projetou 5 mil NFTs que mostram a cultura mexicana, e o Day of the Dead NFTs vendem NFTs que celebram o famoso feriado mexicano que homenageia aqueles que morreram. No Brasil, temos o Continent DAO, que está criando NFTs utilitários para identificar e investir em Wifi social com a cidade de São Paulo. No âmbito social, temos a Web3 Familia, cuja missão é integrar 1 milhão de latinos à Web3.

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A América Latina sempre foi um lugar muito interessado em tendências atuais e investimentos alternativos, já que os valores das moedas de muitos países mudam frequentemente. Os NFTs permitem que artistas nos EUA e em países marginalizados monetizem sua arte e vivam de suas paixões.

Indo além dos NFTs de arte

Os NFTs de arte são apenas o começo e são uma ótima maneira de democratizar o acesso ao espaço. Mas a tecnologia de comprovação de propriedade desbloqueará soluções em diferentes setores e será a base de aplicativos que ainda nem imaginamos. NFTs podem ser atrelados a quase tudo, como títulos de propriedade, diplomas, dados, carros, ingressos de shows, filmes, identidade, e agora cabe aos construtores nos mostrar o que o futuro reserva para os NFTs.

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-As visões e opiniões expressas neste artigo são de Laura Gaviria Halaby e não representam necessariamente as visões ou opiniões do SoftBank Group. Este conteúdo não deve ser tomado como conselho de investimento.

--Esta coluna não reflete necessariamente a opinião dos conselhos editoriais da Bloomberg Línea, da Falic Media ou da Bloomberg LP e de seus proprietários.