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Marcos Cavagnoli: Open Finance e como ir além de produtos bancários

No Brasil, embora a realidade seja diferente de outros países, a formação de novos ecossistemas de negócios se apresenta como tendência forte

Tempo de leitura: 2 minutos

Bloomberg Línea Ideias — O crescimento da digitalização e a democratização do acesso aos meios digitais, fenômenos que proporcionaram o surgimento da chamada platform economy (economia de plataforma, em tradução livre), modificaram por completo a vida e os hábitos das pessoas e, em igual medida, estão transformando o modelo de negócios de indústrias de setores diversos.

Na China, em particular, onde começou mais cedo, esse movimento deu origem a gigantes tecnológicos, como Alibaba (BABA) e Tencent, por exemplo, que a partir de uma base de dados consistente passaram a agregar múltiplos produtos e serviços para o consumidor (app de transporte, rede social, compras, produtos financeiros, viagens, para citar alguns).

No Brasil, embora a realidade seja diferente, a formação de novos ecossistemas de negócios – facilitados pela tecnologia e uso intensivo de dados – se apresenta também como tendência forte. Notadamente no setor financeiro, em que o contexto da aceleração digital e a chegada do Open Finance abrem novas e grandes oportunidades.

Ao poder acessar o histórico bancário e outros dados financeiros do cliente, como investimentos, câmbio, seguros e previdência – sempre com o consentimento do titular, é bom lembrar – , as instituições financeiras terão a possibilidade de desenvolver e oferecer soluções mais robustas e integradas ao momento de vida desse consumidor. E essa oferta poderá – e deverá – incluir muito mais do que os produtos e serviços financeiros tradicionais.

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Uma oportunidade e tanto para as marcas estabelecerem conexões ainda mais relevantes com o cliente, no que chamamos de Beyond Banking (ou além do banco). Os bancos serão mais que bancos, eles poderão se tornar o principal ponto de contato do usuário para o consumo de um pacote de soluções além das financeiras – elas podem incluir, por exemplo, serviços e produtos nas áreas de saúde, educação, habitação, turismo, shopping, entre muitos outros. É um novo modelo de negócio em que as instituições criam ou passam a fazer parte de ecossistemas bem mais amplos.

E neste novo cenário as parcerias com as startups, com as fintechs, com empresas de outros setores e de tecnologia não bancária se tornam cada vez mais estratégicas. É uma troca em que todo mundo ganha. Os parceiros dão acesso aos bancos a outros nichos de consumo e os bancos, por sua vez, entram com funding e a capacidade de ofertar crédito, além de estenderem para os seus já clientes serviços e tecnologias que antes não ofereciam.

Tecnologia, informação (ciência de dados) e parcerias estratégicas compõem o tripé que está transformando a economia e forjando novos ambientes de negócios, bastante complexos. Big techs, grandes varejistas e grandes empresas de serviços se aliando a bancos e fintechs de um lado, e empresas não-bancárias passando a oferecer produtos financeiros de outro (Bank as a Service). E tudo isso no contexto do Open Finance, que permitirá o compartilhamento de dados.

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É um cenário novo e desafiador em que as organizações que melhor combinarem aqueles três fatores – tecnologia, informação e boas parcerias – se tornarão um ponto gravitacional para o cliente.

Marcos Cavagnoli é diretor de Digital Cash Management e Open Finance do Itaú. Clique aqui para saber mais sobre o autor

--Esta coluna não reflete necessariamente a opinião dos conselhos editoriais da Bloomberg Línea, da Falic Media ou da Bloomberg LP e de seus proprietários.

Marcos Cavagnoli

Marcos Cavagnoli

Marcos Cavagnoli é diretor de Digital Cash Management e Open Finance do Itaú Unibanco