Alemanha vai nacionalizar unidade da Gazprom para garantir gás

Subsidiária da empresa russa vai ficar sob tutela do governo alemão até 30 de setembro

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Bloomberg — A Alemanha vai nacionalizar temporariamente uma unidade da russa Gazprom no país para salvaguardar a segurança da oferta de gás.

A Gazprom Germania – proprietária da fornecedora de energia Wingas e de uma empresa de armazenamento de gás – ficará sob tutela do órgão regulador de energia alemão até 30 de setembro, disse o ministro da Economia Robert Habeck a repórteres em Berlim. A medida foi tomada depois que a gigante do gás deixou a subsidiária alemã sem buscar a aprovação do governo, violando a lei alemã, disse ele.

As subsidiárias da Gazprom na Europa estão sob pressão já que clientes e parceiros se recusam a fazer negócios com elas, aumentando a perspectiva de que algumas não sobreviverão. A unidade da Gazprom Germania na cidade de Rehden, no norte do estado da Baixa Saxônia, opera a maior instalação de armazenamento de gás da Alemanha. O local é considerado fundamental para a segurança energética da Alemanha.

“O governo federal está fazendo o necessário para garantir a segurança do abastecimento na Alemanha”, disse Habeck em comunicado nesta segunda-feira (4). “Isso também significa que não permitimos que as infraestruturas de energia na Alemanha estejam sujeitas a decisões arbitrárias do Kremlin.”

A Gazprom disse na sexta-feira (1) que não é mais proprietária da subsidiária alemã, que também possui um braço comercial no Reino Unido e unidades da Suíça a Singapura. A gigante russa do gás não divulgou a nova estrutura de capital, mas documentos regulatórios mostraram que a transação envolveu a saída da Gazprom Export Business Services, proprietária da Gazprom Germania. Por sua vez, uma empresa chamada Joint Stock Company Palmary tornou-se acionista da Gazprom Export Business Services.

Não está claro quem é o proprietário da Palmary: ela foi registrada em outubro em um endereço de Moscou e, desde 30 de março, seu diretor geral era Dmitry Tseplyaev, segundo a junta comercial russa.

Habeck disse que o acordo violou a lei de comércio exterior alemã.

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