A diversidade funcional das stablecoins mundo afora

Criptomoedas pareadas em ativos reais apresentam maior estabilidade em relação a seus pares, sendo alternativa mais atraente para o investidor com perfil conservador

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Por Matheus Mans para Mercado Bitcoin

São Paulo - As stablecoins são moedas que, como o próprio nome diz, prezam pela estabilidade. Ao contrário do Bitcoin, da Ethereum ou da Solana, por exemplo, têm baixíssima volatilidade, o que faz delas uma boa opção para quem quer correr menos risco. Ao redor do mundo, o uso das stablecoins tem variações de acordo com os mercados.

“Stablecoins são criptomoedas com valor pareado em moedas fiduciárias (dólar, euro, real), que foram criadas para garantir ao investidor uma opção de não exposição à alta volatilidade do ativos dentro de uma blockchain”, explica Felipe Medeiros, analista e sócio da Quantzed Criptos, escola de tecnologia e educação financeira para investidores. “No entanto, diversas novas finalidades têm surgido de acordo com a necessidade local”.

O Brasil, por exemplo, já é um bom mercado a ser observado. Por aqui, muitos investidores têm recorrido a essas criptomoedas para “dolarização” do patrimônio com menores taxas e burocracia. “É uma espécie de agente facilitador para converter moedas fortes em real e vice-versa”, diz Rob Corrêa, analista de investimentos CNPI (Certificado Nacional do Profissional de Investimento) e autor do Guia do Investidor de Sucesso no Longo Prazo.

A stablecoin além Brasil

Na Argentina, as stablecoins começaram a se tornar uma alternativa para driblar a inflação, com seu uso mais frequente em pagamentos. “[Isso possibilita] ao cidadão argentino a segurança de estar exposto a moedas fortes, mesmo que não tenha meios para criar e manter uma conta no exterior”, continua Corrêa. É algo similar ao que ocorre na Venezuela, onde essas criptomoedas ajudam a contornar o alto custo de vida.

Já na Europa, elas são acompanhadas de perto pelo Banco Central Europeu à medida que sua tecnologia é a base para a criação de moeda digital do governo da região, tendo como maior exemplo o euro digital. A ideia, no futuro, é a substituição direta do dinheiro físico, de papel, por moedas emitidas em rede virtual, vinculada à blockchain.

Hoje, porém, fica a dúvida: há espaço para essas moedas persistirem dentro dessas propostas? Afinal, na Europa, ela se tornou um ativo mais próximo da regulação do que visto na América Latina, onde serve como substituição. Especialistas indicam que as stablecoins, assim, devem passar por um olhar próximo e apurado de bancos centrais.

“Elas são os principais alvos de provável regulação do mercado de criptomoedas. O banco central americano tem planos de emitir uma CBDC (Central Bank Digital Currency) e com isso limitar seu uso dentro do ambiente da blockchain. Nos países onde a regulação é mais forte e as leis mais severas, as moedas digitais dos bancos centrais devem tomar boa parte do ‘share’ das stablecoins”, comenta Medeiros. Mas isso também deve mudar de acordo com o desenvolvimento dessas moedas digitais. Afinal, será que governos da Argentina, Venezuela e do Brasil conseguirão mudar comportamentos?

“Vejo que as moedas digitais não emitidas por governos serão impactadas por regulações, porém seguirão como uma alternativa cada vez mais forte, no caso de países de economia frágil, para o cidadão se proteger da inflação. As características de cada região determinarão sua utilidade, lembrando o que mencionei acerca das diferenças de uso da moeda no Brasil, na Argentina e Europa”, diz Corrêa sobre o futuro desses ativos.

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