Criptomoedas entram na bagagem de turistas

Uso das moedas digitais pelo setor de serviços turísticos mostra a popularidade alcançada por esses ativos entre consumidores

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Por Matheus Mans para Mercado Bitcoin

São Paulo – De agências de viagem a hotéis, passando por companhias aéreas, empresas de passeio e de venda de seguros, os serviços turísticos vêm se rendendo às criptomoedas. A aceitação desses ativos digitais como pagamento tem sido comum e crescente, segundo alguns especialistas do mercado cripto, atraídos principalmente pela praticidade.

No caso das viagens internacionais, por exemplo, esses ativos dispensam a troca pela moeda local. Nas nacionais, o turista encontra cada vez mais estabelecimentos comerciais onde as criptos podem ser usadas.

Além de representar uma alternativa digital prática e segura, é possível sacar bitcoins, a criptomoeda mais popular hoje no mercado, nos caixas eletrônicos bitcoin, os BTMs (Bitcoin Teller Machine), à semelhança dos tradicionais ATMs usados nas retiradas de reais, no caso do Brasil.

O pagamento de serviços e compras é feito sem a interferência de uma instituição bancária, de forma rápida e com segurança, uma vez que as criptos têm por trás a blockchain, a tecnologia responsável pela confirmação das transações de criptomoedas e que as transforma em imutáveis.

Custo reduzido

Outro ponto positivo diz respeito ao custo. Para o varejo, não há no recebimento com criptomoedas nenhuma taxa, a exemplo do que ocorre com o recebimento via cartões de crédito, onde o varejista paga à administradora do cartão. Daí a aposta de um número cada vez maior de estabelecimentos passarem a aceitar esses ativos.

Para os consumidores, por serem as moedas digitais um meio de pagamento cujo valor é único, sua utilização em compras acaba fazendo com que o preço de produtos e serviços seja o mesmo em qualquer lugar em que o viajante estiver. Ele precisa apenas estar atento à cotação da cripto no momento da operação..

“Os criptoativos são, de fato, os únicos ativos verdadeiramente globais, onde sua carteira digital é a mesma em qualquer lugar”, diz Bruno Milanello, executivo de Novos Negócios do Mercado Bitcoin, maior corretora de criptomoedas da América Latina.

O executivo explica que, para o turista, pagar com uma moeda com valor único em localidades diversas é algo relevante. Para os serviços turísticos, por sua vez, receber em criptomoedas, diz Milanello, é “falar uma língua universal, moderna, uma comunicação poderosa para a nova geração”. Mas não é só isso.

Segundo Mariana Pimentel, CEO da Destinatarie, agência de viagens especializada em roteiros de luxo, com sede em Curitiba, que saiu na frente no setor no país ao passar a aceitar, em 2021, as criptomoedas, há o ganho em termos de comodidade.

“Conseguimos ajudar nosso cliente a realizar o pagamento de uma forma que não interfere em suas finanças em dinheiro físico ou cartões de crédito”, explica. Hoje, conta, as criptomoedas estão presentes em 70% das transações da Destinatarie.

As moedas digitais podem também vir a ser usadas pela Airbnb, empresa com sede nos Estados Unidos e operação online com abrangência global no segmento de hospedagem, mais especificamente em locação pelo mundo. Recentemente, a empresa abriu espaço para que clientes opinassem a respeito do uso das criptos. E a resposta foi favorável à sua inclusão.

Empurrão na economia

O espaço que as criptomoedas ganharam tem feito delas uma aposta para reforçar a economia local em algumas regiões turísticas. Na Tailândia, por exemplo, que tem no turismo uma das principais atividades econômicas formadoras do seu Produto Interno Bruto (PIB), o governo anunciou recentemente que, além de trabalhar para implementar sua própria criptomoeda, discute com reguladores e uma corretora medidas que facilitem o uso das criptomoedas pelos visitantes.

A medida também é uma alternativa para tentar recuperar o setor, combalido diante do isolamento social imposto pela pandemia da covid-19, que reduziu fortemente o número de viajantes àquele tido como o destino asiático mais procurado por turistas de todo o mundo.

“Se turistas podem usar suas criptomoedas aqui sem ter de convertê-las ou se depararem com impostos governamentais, temos uma conveniência para eles”, disse Yuthasak Supasorn, presidente da Autoridade de Turismo da Tailândia (TAT) recentemente à Bloomberg. A expectativa é de que 10% deles usem criptos.

O avanço das moedas digitais na economia do turismo, no entanto, não elimina alguns desafios para sua consolidação. Bruno Milanello, do Mercado Bitcoin, maior corretora de criptomoedas da América Latina, diz que esse mercado ainda precisa se adaptar a questões como a volatilidade das criptomoedas, à experiência do usuário em relação a esse ativo e ao custo das transações. Mas o pontapé está dado. “E como todo desafio, tem de começar em algum ponto e já estamos saindo da inércia”.

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