URGENTE: Produção industrial fica estável em junho, abaixo do consenso

Atividade industrial brasileira acumula alta de 12,9% no primeiro semestre de 2021, diz IBGE; pesquisa registrou queda em três das quatro grandes categorias econômicas

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São Paulo — A produção industrial brasileira teve variação nula (0,0%) em junho na comparação mensal, contra o consenso Bloomberg de alta de 0,2%, mostrou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (3). Na variação anual, o indicador avançou 12%, com alta acumulada de 12,9% nos primeiros seis meses de 2021.

  • Três das quatro grandes categorias econômicas e 14 das 26 atividades investigadas pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) sofreram queda na produção, disse o IBGE.
  • Principal impacto negativo no mês veio de veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,8%), setor que voltou a cair após ter resultados positivos em abril (1,6%) e maio (0,3%).
  • Outro impacto negativo veio de celulose, papel e produtos de papel, cuja produção caiu 5,3% em junho. É a terceira retração consecutiva do setor, que acumula no período perda de 8,4%.
  • Já o principal impacto positivo no índice de junho em comparação com maio foi de produção, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,1%). No mês anterior, a produção dessa atividade já havia crescido 2,7%.

A economista Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos, avalia que a estabilidade no mês foi resultado da queda de bens duráveis, levada especialmente pela crise de insumos na indústria automobilística, de um lado, e pelo desempenho positivo de bens de capital na categoria industrial de outro.

“Ou seja, apesar de desafios ligados a desequilíbrios na cadeia de produção global, os investimentos em máquinas e equipamentos vão em linha da retomada da atividade, da demanda global e dos índices de confiança no setor produtivo”, escreve, em nota enviada à Bloomberg Línea.

Para ela, essa dinâmica traz um viés positivo para a indústria nos próximos meses, mas riscos ligados ao preço e disponibilidade de insumos, como aço e energia, devem seguir monitorados.