Quem ganha e quem perde poder com as mudanças que Bolsonaro fez no governo

Presidente recriou Ministério do Trabalho, tirou atribuições de Guedes e senador do Centrão assumiu articulação política.

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A reforma ministerial de Jair Bolsonaro foi sacramentada no Diário Oficial da União desta quarta (28) com a recriação do Ministério do Trabalho através de Medida Provisória e a nomeação do senador Ciro Nogueira (PP-PI) como ministro-chefe da Casa Civil, centro das articulações políticas do governo.

POR QUE ISSO É IMPORTANTE: Ciro Nogueira foi nomeado ministro-chefe da Casa Civil numa tentativa de melhorar a interlocução do Planalto com o Congresso num momento em que o presidente tem a mais baixa popularidade, segundo institutos de pesquisa, desde que assumiu o cargo.

A entrada do Centrão no coração da articulação política é um movimento pragmático de Bolsonaro: influente no Congresso, Ciro é tido como um operador fundamental para amarrar apoios políticos que o presidente precisa ter no palanque para a eleição do ano que vem.

CONTEXTO: A recriação do Ministério do Trabalho, extinto quando Bolsonaro tomou posse em 2019, tira as atribuições de política de emprego e relações trabalhistas do Ministério da Economia, liderado por Paulo Guedes. Segundo a Medida Provisória publicada hoje, funcionários públicos que estavam na pasta, quando ela foi anexada pela economia, voltam para a estrutura anterior.

Aliado de primeira hora de Bolsonaro, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) foi nomeado como ministro do Trabalho, numa acomodação que permitiu ao presidente reformular a articulação política do Palácio do Planalto.

O general Luiz Eduardo Ramos, que estava na Casa Civil, vai para a Secretaria Geral de Governo, que antes era ocupada por Onyx Lorenzoni.