Chanel busca novos limites e sobe preço de bolsa mais conhecida para € 10.300

Marca francesa subiu o preço de sua bolsa mais conhecida, a Sac Classique 11.12, pela primeira vez acima dos € 10.000, em sinal de força de mercado para algumas marcas de luxo

Modelo Sac Classique 11.12 da Chanel superou pela primeira vez a marca dos € 10.000, em sinal de força de mercado para a marca de luxo (Foto: Christian Vierig/Getty Images Europe)
Por Angelina Rascouet
30 de Março, 2024 | 05:17 PM

Bloomberg — Uma bolsa clássica de tamanho médio da Chanel quebrou a barreira dos 10.000 euros (cerca de R$ 55.000) pela primeira vez em Paris.

Em um sinal de que algumas marcas de luxo estão dispostas a continuar elevando os preços apesar de incertezas sobre a sustentabilidade da demanda, a Chanel aumentou o preço de sua bolsa mais conhecida, a Sac Classique 11.12, para 10.300 euros (R$ 56.000) na capital francesa. Isso representa um aumento de cerca de 6,2% em relação aos 9.700 euros (R$ 52.500) cobrados no início deste ano.

A marca de moda por trás da fragrância No. 5 normalmente revisa os preços dos produtos duas vezes por ano, em setembro e março. O custo dos bens de luxo em Paris é amplamente examinado, dado que a capital atrai turistas abastados que fazem compras entre visitas a museus e restaurantes e desfrutam de reembolsos de IVA para amenizar em parte os valores desembolsados.

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“A Chanel precifica suas bolsas de acordo com o custo de produção. O preço das matérias-primas e os custos de produção foram marcados por uma inflação constante ao longo do último ano, o que nos levou a ajustar nossos preços nas boutiques”, disse um porta-voz da Chanel à Bloomberg News na quarta-feira (27).

“Este aumento entrará em vigor em todos os mercados a partir de 27 de março de 2024, com uma taxa de ajuste média de 6% em euros”, disse o porta-voz, acrescentando que a taxa pode variar ligeiramente, pois a marca busca limitar grandes diferenças de preço entre os mercados.

“É uma questão de justiça para todos os nossos clientes.” Em setembro, a Chanel aumentou os preços entre 6% e 8% em mercados como China, Japão e Austrália.

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Marcas de luxo exclusivas são conhecidas por desfrutar de uma forte capacidade de fixação de preços, o que significa que podem aplicar aumentos sem necessariamente perder clientes.

Mas, no último ano, houve mais sinais de que os chamados clientes aspiracionais que compram produtos de entrada de marcas de luxo diminuíram seus gastos, o que afetou algumas das principais casas.

A Chanel, por sua vez, tende a atender aos clientes mais abastados, em pé de igualdade com a Hermès International ou a relojoaria Rolex, cujo poder de compra é mais resiliente apesar de qualquer desaceleração geral na demanda.

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