China pede plano de deslistagem da Didi nos EUA: Fontes

Medida sem precedentes coloca foco nos planos do governo de Pequim para o gigantesco setor de tecnologia

Sede de Didi Global Inc. em Pequim
Por Bloomberg News
26 de Novembro, 2021 | 01:22 PM

Bloomberg — Reguladores chineses pediram aos principais executivos da Didi Global a elaboração de um plano de deslistagem nos Estados Unidos, disseram pessoas a par do assunto, uma medida sem precedentes que novamente coloca foco nos planos do governo de Pequim para o gigantesco setor de tecnologia.

O órgão fiscalizador de tecnologia da China quer que o comando da Didi retire a empresa de aplicativo de transporte da Bolsa de Valores de Nova York por causa da preocupação com o vazamento de dados confidenciais, disseram as pessoas, que falaram sob anonimato. A Administração do Ciberespaço da China (CAC, na sigla em inglês), a agência responsável pela segurança de dados no país, instruiu a Didi a trabalhar nos detalhes do plano, sujeito à aprovação do governo, disseram.

As propostas em consideração incluem uma privatização direta ou uma oferta de ações em Hong Kong seguida de um fechamento de capital nos EUA, acrescentaram as pessoas. Se a privatização for em frente, a proposta provavelmente será de pelo menos de US$ 14, o preço do IPO, já que uma oferta mais baixa logo após a oferta pública inicial de junho poderia gerar processos ou resistência de acionistas, disseram as pessoas. Se houver uma listagem secundária em Hong Kong, o preço do IPO provavelmente teria um desconto em relação à cotação da ação nos EUA.

As ações do SoftBank Group, maior acionista minoritário de Didi, chegaram a cair mais de 5% em Tóquio. Papéis de empresas chinesas de tecnologia, como da Tencent, outro grande investidor da Didi, recuaram em Hong Kong. A ação da Didi despencou 7,5% nos primeiros minutos do pregão de sexta-feira em Nova York, a maior queda intradiária em mais de um mês.

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As deliberações continuam e é possível que os reguladores voltem atrás no pedido, disseram as pessoas. Qualquer opção representaria um golpe para a gigante, cujo IPO foi o maior realizado nos EUA por uma empresa chinesa desde a oferta do Alibaba em 2014. Representantes da Didi e da CAC não responderam a pedidos de comentário.

A Didi provocou a ira do governo de Pequim quando prosseguiu com sua oferta de ações em Nova York em meados do ano, apesar do pedido de reguladores para que garantisse a segurança de dados antes do IPO. Reguladores chineses iniciaram rapidamente múltiplas investigações sobre a empresa e estudaram uma série de penalidades sem precedentes, segundo informado pela Bloomberg News em julho.

A Didi é atualmente controlada pela equipe de gestão do cofundador Cheng Wei e pela presidente Jean Liu, que recebeu poder de voto agregado de 58% após a oferta pública inicial da empresa nos EUA. SoftBank e Uber Technologies são os principais acionistas minoritários da Didi.

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